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10 setembro 2018

Bain e a provisão por um serviço duvidoso

O que fazer quando o contador descobre que a receita obtida pela empresa em um serviço prestado a um órgão do governo teve uma finalidade política pouco recomendável. No caso, a sua empresa foi contratada para produzir um relato usado como vingança política.

O contador da empresa de consultoria Bain decidiu provisionar o valor da receita. A empresa, assim como a KPMG e a McKinsey, envolveram com a figura do corrupto ex-chefe de estado da África do Sul, Zuma. O caso da KPMG é bastante conhecido dos leitores (aqui, aqui e aqui). Já a Bain, um renomada empresa de consultoria, foi contratada pelo fisco da África do Sul para promover mudanças no fisco para perseguir inimigos de Tom Moyane, presidente do fisco.

O fisco da África do Sul está solicitando que a Bain devolva o dinheiro recebido, já que o presidente da Bain no país reconheceu que a empresa foi “usada” por Moyane no início do mês.

O trabalho da Bain foi realizado em 2015 e a empresa propôs várias mudanças no fisco, mas nenhuma foi implementada. Antes disto, Massone, o presidente da Bain na África do Sul, tinha encontrado pessoalmente com Moyane e o próprio Zuma. Inicialmente o projeto era de 2 milhões de dólares, que terminou como sendo 164 milhões. Massone deixou seu cargo, como parte do esforço da “reservada” empresa de consultoria em salvar as aparências. O anúncio da contabilidade da empresa naturalmente faz parte deste esforço.