Arthur E. Andersen (1885-1947) foi um dos nomes mais influentes da história da contabilidade nos Estados Unidos. De origem humilde, começou como assistente por 25 dólares semanais e se formou à noite na Universidade Northwestern, onde posteriormente tornou-se professor. Diante da falta de material didático, escreveu seu próprio livro, *Complete Accounting Course*, que serviu como base para o ensino contábil em várias instituições.
Em 1913, abandonou a academia para fundar sua própria firma de contabilidade no Meio-Oeste americano. Com uma postura visionária e inconformada, Andersen desafiou as práticas tradicionais da época. Insistia em contratar graduados universitários em tempo integral — o que era visto como radical — e buscava formar profissionais que soubessem pensar além dos números. Introduziu o conceito de especialização por setor e desenvolveu o primeiro programa de treinamento unificado da profissão, reunindo funcionários de diferentes localidades para formação em Chicago.
Para Andersen, a contabilidade deveria priorizar o bom senso e a realidade econômica dos negócios, em vez de apenas seguir normas e tradições. Ele acreditava que uma boa contabilidade ajudava não só no cumprimento da legislação, mas também na gestão eficiente das empresas.
Embora inicialmente combatido pelo establishment contábil, suas ideias tornaram-se, após sua morte em 1947, a base dos princípios de auditoria e das normas contábeis modernas. Sua firma, que começou pequena, cresceu e se tornou uma potência global, com centenas de escritórios em dezenas de países. A empresa quebrou em razão do escândalo da Enron, no final do século XX.
(Baseado no verbete de John Ruane, The History of Accounting). Foto: wikipedia
Nenhum comentário:
Postar um comentário