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24 março 2025

reCAPTCHA e seu custo para sociedade

O CAPTCHA (Completely Automated Public Turing test to tell Computers and Humans Apart — ou Teste de Turing Público e Automatizado para Diferenciar Computadores de Humanos) foi criado para proteger sites contra ataques automatizados. Em 2007, essa tecnologia passou a ser utilizada também para ajudar na digitalização de textos escaneados de livros e jornais, quando os computadores ainda tinham dificuldade em reconhecer certos caracteres. Assim, surgiu o reCAPTCHA, com um propósito nobre.


Para se ter uma ideia, o New York Times digitalizou seu arquivo de 13 milhões de artigos com o auxílio dessa ferramenta. No entanto, atualmente, já é possível burlar o reCAPTCHA com certa facilidade. Ainda assim, ele continua em uso — agora, cada vez mais, como uma ferramenta de rastreamento, coletando dados dos usuários.

Um estudo revelou que o reCAPTCHA monitora extensivamente os cookies dos usuários, o histórico de navegação e o ambiente do navegador (incluindo renderização de canvas, resolução da tela, movimentos do mouse e dados do user-agent) — tudo isso podendo ser usado para fins de publicidade e rastreamento. Ao analisar mais de 3.600 usuários, os pesquisadores descobriram que os desafios baseados em imagens levam 557% mais tempo para serem resolvidos do que os desafios de caixa de seleção e concluíram que o reCAPTCHA custou à sociedade cerca de 819 milhões de horas de tempo humano, o que equivale a aproximadamente 6,1 bilhões de dólares em salários - enquanto gera lucros massivos para o Google por meio de suas capacidades de rastreamento e coleta de dados.

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