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18 março 2025

O sentido das previsões

Esse é um tema que deveria atrair todos os contadores. Mas espera, a contabilidade não lida somente com o passado? Os mais experientes podem sorrir aqui, pois o espaço temporal da contabilidade é o passado, o presente e o futuro. Veja o caso da estimativa dos clientes que não irão pagar a empresa. Ao fechar o balanço, o contador levanta o valor da conta clientes e, baseado no passado e nos seus cabelos brancos, estima qual o percentual de clientes que não irá efetuar o pagamento. 

Mas eis o que diz Tim Harford:

Aqui está o problema com previsões: algumas estão certas, outras estão erradas, e quando finalmente descobrimos quais são quais, já é tarde demais. Isso leva ao que podemos chamar de paradoxo das previsões: o teste de uma previsão útil não é se ela se revela precisa, mas se leva a alguma ação útil antecipadamente. A precisão pode ajudar, mas também pode não ajudar. Ser avisado com antecedência não significa necessariamente estar preparado.

 

Ele cita como exemplo o furacão Ivan. Existia uma previsão de um furacão atingir uma cidade costeira dos Estados Unidos. E apareceu o furacão Ivan, que poderia provocar um grande desastre. Mas no último momento ele desviou sua rota e não aconteceu nada. A previsão deveria alertar as autoridades para um plano caso surgisse um outro furacão. As previsões mostravam que isso era um risco real. Mas não fizeram nada, até que outro furacão, o Katrina, apareceu e causou grandes danos. Esse é um exemplo de previsão que não foi útil, que não ajudou. 

Harford cita o caso do Brigham and Wome's Hospital, que não previu duas bombas em uma maratona. Mas quando isso aconteceu, o hospital tinha feito 78 grandes exercícios de emergência e estava bem preparado.

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