Há alguns fortes candidatos ao título de melhor decisão financeira de todos os tempos: franquear um restaurante de hambúrgueres nos anos 1950; apostar contra o mercado imobiliário em 2007; e, apesar da queda desta semana, comprar um lote de ações da Nvidia em seu IPO.
No topo da lista, no entanto, está uma decisão tomada pelo governo da Noruega. Após declarar soberania sobre a Plataforma Continental Norueguesa em 1963, o país começou a perfurar e, não demorou muito, encontrou petróleo — e muito.
Petróleo por um, e um pelo petróleo
Em 1990, a Noruega criou o Fundo Petrolífero do Governo, que investiria sua recém-adquirida riqueza do petróleo em uma variedade de ativos, para serem utilizados por seus cidadãos "quando necessário". Com um investimento inicial de 1,98 bilhão de coroas norueguesas (cerca de US$ 175 milhões), o valor do fundo começou a crescer rapidamente, à medida que os retornos de imóveis, títulos públicos e ações se acumulavam.
Corta para os dias de hoje, e o fundo soberano da Noruega é o maior do mundo. Ele detém 1,5% de todas as ações listadas globalmente, tornando-se o maior investidor individual do planeta. Agora, após um ano excepcional para as big techs, o fundo registrou um lucro anual recorde de aproximadamente US$ 222 bilhões nesta quarta-feira, elevando seu valor para US$ 1,78 trilhão no momento da escrita - o equivalente a cerca de US$ 319.900 para cada cidadão norueguês.
Embora as ações componham mais de dois terços do valor do fundo, seu operador, o Norges Bank Investment Management (NBIM), tem direcionado cada vez mais capital para infraestrutura de energia renovável nos últimos anos.
Ainda assim, o grande impulso verde da Noruega (o país também está prestes a se tornar o primeiro a fazer a transição completa para veículos elétricos, com EVs representando 96% dos novos carros vendidos até agora neste ano) ser financiado, literalmente, por trilhões de petrodólares não deixa de ter um toque de ironia.
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