De Gellman (Physics is like Brazil, Statistics is like Chile)
Se você quer fazer pesquisa em física, precisa fazer várias aulas de matemática, várias aulas de física e depois estudar ainda mais na pós-graduação... A fronteira da pesquisa está longe, e leva muito tempo para chegar até lá. É como o Brasil: você chega na praia, atravessa a cidade e as fazendas, e leva um bom tempo até alcançar um território inexplorado.
Em contraste, em estatística, os problemas abertos são muito mais acessíveis, e é possível fazer pesquisa imediatamente. Estatística é como o Chile: você está na praia e, com apenas alguns passos, chega às montanhas.
Caso haja alguma dúvida, isso é uma metáfora: eu nunca estive na América do Sul e estou apenas usando uma perspectiva do mapa-múndi sobre esses países, não uma avaliação realista do que é estar lá! O ponto é que, sim, em estatística você se depara com problemas de pesquisa ativos o tempo todo (como aqui), até mesmo em trabalhos aplicados que podem parecer rotineiros. É só importante estar aberto à possibilidade. Lembre-se de quando falei sobre a importância da “capacidade de se incomodar, de reconhecer anomalias pelo que elas são”? Historicamente, isso também tem sido verdade na física, assim como na estatística. Mas os problemas difíceis na física são tão complexos e tão profundos na área que é necessário muito mais esforço para esperar fazer progresso neles.
Estatística é um campo menos maduro; além disso, é tanto engenharia quanto ciência, e nunca estamos muito longe da fronteira da pesquisa.
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