Ainda sobre a evolução do método nas cidades italianas nos anos 1200 e utilizando informações do texto The Influence of Amatino Manucci and Luca Pacioli, de Fenny Smith, seguem alguns dos documentos contábeis mais antigos que sobreviveram, provenientes das cidades italianas, no período que antecedeu o surgimento das partidas dobradas:
- Um documento de 1211, um dos mais antigos preservados, consiste em duas folhas de pergaminho que fazem parte do livro de clientes de uma firma bancária desconhecida, que operava em Florença, Bolonha e Pisa. O detalhe interessante é que todos os valores estão registrados em moeda de Pisa.
- Extratos da conta de depósito (1259–1267) de Gualtieri dal Borgo, tutor dos filhos de Rinieri Ugelletti. Este documento contém a conta mais antiga sobrevivente de um credor ou depositante. Os juros estão incluídos no corpo da conta, e há referências a outros documentos contábeis, que infelizmente não existem mais. Há também uma tentativa de fechamento das contas, com o uso de uma unidade monetária única: a nova moeda de prata florentina.
- O livro doméstico (1262–1275) de Bene Bencivenni, um rico florentino, que contém principalmente contas de devedores, mas inclui também um grande investimento em uma firma. O livro é menos sofisticado que os anteriores, indicando que nem todas as inovações eram rapidamente adotadas nos negócios.
- Administração (1272–1278) do patrimônio de Baldovino (falecido em 1272), com o uso de uma unidade monetária única, o florim de prata, e o balanceamento anual sistemático das contas para calcular juros compostos.
- Contas de Gentile de’ Sassetti e filhos (1274–1310), compostas majoritariamente por registros domésticos, mas incluindo também um grande investimento no negócio da família. O documento não utiliza uma unidade monetária única, mas possui uma conta de aluguel a receber.
- Outro livro contábil (1277–1296) de Bene Bencivenni, que é uma continuação do primeiro. Este documento contém os primeiros casos inequívocos de cancelamento de dívidas incobráveis. A frase “Eu não acho que conseguirei algum dinheiro” aparece no final de várias contas de dívida.
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