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10 outubro 2024

Dinheiro para acadêmicos defenderem os monopólios


O novo responsável pelos casos de monopólio na maior economia do mundo expôs o papel de acadêmicos na defesa de empresas gigantes. Esses acadêmicos aceitaram subornos e receberam dinheiro para testemunhar que os monopólios são bons e eficientes. Essa estratégia foi utilizada nos anos cinquenta e nas décadas seguintes pelas empresas de cigarro, que contrataram médicos e estatísticos — inclusive o mais famoso deles, Fisher — para tentar desacreditar a ligação entre o produto e o câncer.

Repetidas vezes, grandes empresas usaram ataques à epistemologia para fornecer cobertura a crimes impensáveis. Isso gerou a crise epistemológica atual, na qual não apenas discordamos sobre o que é verdade, mas (muito mais importante) discordamos sobre como a verdade pode ser conhecida.

Em uma palestra, Jonathan Kanter, da Divisão Antitruste do Departamento de Justiça, recentemente nomeado por Biden, apresentou alguns casos, todos relacionados à Universidade George Mason (GMU). Um fiscal internacional participou de um seminário de treinamento acreditando que o evento estava vinculado ao governo dos Estados Unidos. No entanto, o seminário foi patrocinado por empresas e contou com uma série de especialistas defendendo essas corporações. Um acadêmico defendeu as empresas na OCDE, mesmo tendo recebido dinheiro da indústria de tecnologia, omitindo essa informação. Joshua Wright, da GMU, fez um estudo defendendo a Qualcomm, recebendo dinheiro da empresa, mas também sem revelar suas fontes de financiamento.

Recentemente, o renomado economista Paul Milgrom foi apresentado como testemunha de defesa do Google, em um processo movido pelo DOJ.

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