Um longo artigo da The Atlantic (Turn Down the Streetlights) discute se existe uma associação entre a iluminação pública e a atividade criminosa. O senso comum costuma nos dizer que, em locais onde há uma boa iluminação, o número de roubos e furtos reduz substancialmente. Assim, o estado, ou as empresas de concessão pública, deveriam instalar postes de iluminação para reduzir a atividade criminosa. Parece bastante adequado, e algumas pesquisas conduzem a esse resultado. Uma meta-análise (https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.4073/csr.2008.13) publicada em 2008 sugere que realmente existiria uma relação entre as duas variáveis. Contudo, a pesquisa indicou que não é a iluminação a responsável pelo resultado, mas o que ela representa em termos de orgulho da comunidade e controle social informal. Um projeto da cidade de Nova York instalou holofotes em 15 conjuntos habitacionais e recebeu uma avaliação adequada do NBER (https://www.nber.org/system/files/working_papers/w25798/w25798.pdf).
A questão é que existem impactos secundários causados pela iluminação, como a privação do sono e os efeitos sobre o meio ambiente. O fato de os estudos serem localizados, muitas vezes em comunidades mais pobres, também não ajuda. Existem pesquisas, em Calgary e no Reino Unido, que mostram que o efeito da iluminação pode não existir ou ser inverso ao esperado. O texto desafia a crença comum de que mais luzes nas ruas reduzem crimes, mesmo que os resultados sejam contraditórios. Talvez, nesse caso, menos iluminação possa, em alguns contextos, ser mais eficiente.
Ao ler o texto, pensei que o financiamento de um grande estudo, mesmo que experimental, poderia ser muito interessante para os cofres públicos. Através de uma ampla pesquisa, se chegarmos à conclusão de que "menos é mais", isso pode representar, no longo prazo, uma grande economia de recursos públicos.
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