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29 julho 2024

Vencer é para todo mundo?

Novo comercial da Nike: 
Nas configuações, há legendas disponíveis em português.

Hoje me deparei com um comercial da Nike para as olimpíadas de 2024 e achei incrível por sentir ali o poder da narrativa. O que é bom ou ruim depende do observador, do contexto, da cultura. 

Isso se tornou ainda mais claro quando, ao pesquisar um pouco, achei críticas à Nike pelo título da campanha ser: “vencer não é pra todo mundo” (aquiaqui e aqui). Na minha percepção, essa frase tinha exatamente esse propósito: cair na boca do povo, comover, inspirar debates, sem que a marca fosse cancelada. Afinal, vencer é para todo mundo? 

Enquanto assistia ao vídeo, pensei: essa apresentação é brilhante! Em meio à febre das olimpíadas, mostra ousadamente como definições e adjetivos dependem do narrador, do observador. Uma história nunca é só e unicamente uma história. Existem sim fatos, mas também percepção e viés. 

Em tradução livre: "eu amo vencer, pelos que me odeiam".
Fonte da imagem: aqui.
Para alguns, por exemplo, um daqueles atletas foi um narcisista com excesso de autoconfiança, teimosia – e chatice. No entanto, a partir do momento em que o chato conseguiu se destacar e chegar a uma olimpíada, se qualificou para uma narrativa romantizada envolvendo superação, autoconfiança, disciplina, persistência, coragem. Benefícios dignos dos deuses. 

Confesso ter passado o vídeo torcendo para que a Nike conseguisse, do início ao fim, se manter naquele padrão de brilhantismo, sem deixar a peteca cair, sem pesar a mão, torcendo por um gol E, surpresa, ao fim, concluí que sim, ela conseguiu.

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