Quando a preocupação ambiental ganhou destaque nas empresas, muitas anunciaram que estavam agindo de maneira ambientalmente responsável. Isso incluiu promessas climáticas. No entanto, com o tempo, essas empresas estão sendo cobradas e algumas estão percebendo que não conseguem cumprir suas promessas.
Essa situação pode ser problemática, pois promessas feitas anteriormente podem ter sido enganosas para investidores e para a sociedade em geral. Existem vários exemplos disso. Em 2022, a gigante dos seguros AIG declarou que não faria mais seguros para projetos de combustíveis fósseis, uma atitude elogiável para alguns investidores e setores da sociedade. No entanto, a empresa está envolvida em projetos de extração de petróleo no Canadá e de gás na Austrália. A Amazon também fez promessas sobre emissões até 2030, mas recentemente alterou suas metas, alegando que o novo objetivo é mais ambicioso, embora o prazo agora seja 2040.
Empresas que têm grande parte dos lucros provenientes da exploração de petróleo tiveram resultados expressivos nos últimos anos. Isso levou empresas como Shell, BP e Chevron a recuarem em suas metas. No Brasil, a Petrobrás, cujo lucro está ligado ao petróleo, está se distanciando de questões ambientais devido à exploração de novas reservas no norte do país.
Uma reportagem do Washington Post (de Evan Halper, traduzido pelo Estadão) revelou que apenas cerca de 4% das empresas que se comprometeram a zerar emissões até 2050 estão cumprindo as metas do Acordo de Paris. Isso significa que as empresas mencionadas aqui não estão sozinhas nesse cenário. Apesar de muitas empresas terem estabelecido metas voluntárias com horizontes temporais até 2030 ou 2050, poucas estão cumprindo essas promessas. A sociedade precisa cobrar responsabilidade das empresas e dos executivos que anunciaram essas metas, especialmente se essas promessas foram oficialmente divulgadas nos documentos da empresa, como suas demonstrações contábeis.
Nenhum comentário:
Postar um comentário