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12 fevereiro 2024

Grandes corporações e a Disrupção

 

Cory Doctorow discute como as grandes corporações interrompem a disrupção. A discussão está baseada em um artigo de dois professores de direito. Para Doctorow, as grandes empresas de tecnologia (Facebook, Apple, Google, Microsoft e Amazon) criaram uma série de estratégias para impedir que novas ideias prosperem: muitos produtos bem-sucedidos dessas empresas foram comprados e não desenvolvidos internamente. Pense, por exemplo, no Instagram, logo incorporado ao Facebook quando começou a representar uma ameaça.

A ideia é que as grandes empresas de tecnologia não estão inovando, mas operacionalizando. Se surge uma ameaça que pode abalar uma gigante, ocorre um processo de aquisição e despojamento das características inovadoras. Mas a estratégia de compra não é a única. Há três outras formas que as grandes usam para defender o território. A primeira é descobrir qual startup pode desenvolver um produto ou serviço disruptivo e desviá-la do seu caminho, o que inclui parcerias. Segundo, cortar o acesso de recursos do seu concorrente em potencial. É o caso do Facebook, que permite o acesso aos dados dos usuários para a Amazon, mas não para uma startup chamada Messageme, com a alegação de privacidade. E a terceira estratégia é convencer o governo a aprovar regulamentações que sejam caras e que possam matar os pequenos concorrentes.

Um dado que reforça os argumentos do texto: em um ano, a Apple compra 90 empresas. Isso provavelmente é uma quantidade maior do que o número de vezes que você vai ao supermercado. Outro dado: a divisão do Departamento de Justiça que trata do assunto tem um número de funcionários inferior ao número de guardas de segurança do Museu Smithsonian. E estamos falando de um mercado de 24 trilhões de dólares.

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