Governo ordenou uma auditoria forense às demonstrações financeiras da Santa Casa Global (SCG), uma empresa da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) criada em setembro de 2020 para internacionalizar os jogos sociais. A ordem partiu do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSSS) em junho deste ano por haver indícios de irregularidades na contabilidade da empresa, tendo ordenado, ao mesmo tempo, que após a dita auditoria forense, se “reavaliasse”, com detalhe, as contas da própria SCML, a empresa-mãe, relativas a 2021 e 2022, por carecerem ainda de homologação ministerial, também por dúvidas contabilísticas. A SCML cumpriu a ordem e, em agosto, contratou a BDO – entidade Revisor Oficial de Contas (ROC) – para avançar com a tal auditoria forense. Acontece que a BDO foi o ROC que em 2021 certificou as contas da SCG, ainda que com algumas reservas, mas atestando que “não foram identificadas incorreções materiais”.
Levanta-se agora a questão: Poderá a mesma entidade proceder a uma auditoria forense numa empresa da qual tenha sido antes responsável pela revisão legal das contas e sobre a qual até tenha atestado que possuía uma gestão “preparada de acordo com os requisitos legais e regulamentares aplicáveis”?
Estranho, não? Fonte: O Jornal Económico - Tomás Gonçalves Pereira - 23 de dez de 2023
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