Uma pesquisa global envolvendo mais de 70.000 participantes, em 67 países, revela que as pessoas em todo o mundo geralmente confiam nos cientistas e desejam sua maior participação na formulação de políticas. Apesar da possível polarização causada pela pandemia de COVID-19, os níveis de confiança permanecem altos em diferentes grupos demográficos.
O estudo, conduzido por pesquisadores de todo o mundo, emprega uma abordagem abrangente para medir a confiança, destacando a integridade, competência, benevolência e abertura dos cientistas. Em média, os participantes atribuíram uma confiança moderadamente alta, com percepções de que os cientistas são competentes e benevolentes, embora a abertura ao feedback tenha recebido uma pontuação mais baixa.
Os níveis de confiança variaram entre os países, com Egito (4,30), Índia (4,26) e Nigéria (3,98) exibindo mais confiança, enquanto Albânia (3,05), Cazaquistão (3,13) e Bolívia (3,22) mostraram menos confiança. A Rússia, celeiro de grandes cientistas, teve uma nota de 3,23. O Brasil está no patamar superior, com uma média de 3,78.
A orientação política influenciou a confiança, com visões de esquerda geralmente associadas a uma maior confiança, embora essa correlação tenha variado entre os países. Muitos participantes defendem uma maior participação dos cientistas na formulação de políticas, apesar de reconhecerem os desafios que os cientistas enfrentam nas arenas de políticas públicas.
O estudo destaca a importância da comunicação eficaz e do treinamento para os cientistas que se envolvem na formulação de políticas. Embora o estudo forneça uma visão geral ampla da confiança nos cientistas, os níveis de confiança podem variar entre os campos científicos. Os pesquisadores pretendem disponibilizar o conjunto de dados global de forma aberta para facilitar estudos adicionais sobre o tema.
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