Scott Alexander, no astralcodexten.com, apresenta algumas reflexões interessantes sobre capitalismo e caridade. É um texto comparativo entre os dois para tentar chegar a resposta de qual é o melhor. Parece algo estranho a comparação, mas não tanto quando lemos o texto. Vou tentar resumir os argumentos dele a seguir.
Inicialmente parece inegável que os países que ficaram ricos, assim o fizeram a partir do capitalismo. Isto inclui, por exemplo, os Estados Unidos, a Alemanha e, mais recentemente, a Coreia e Japão. Aqueles que tentaram outro caminho aparentemente fracassaram, como é o caso notório da extinta União Soviética. Se existem pessoas boas no mundo e estas querem ajudar os outros, talvez seja interessante deixar de lado a caridade, pura e simples, e passar a “doar para o capitalismo”.
Algumas opções que podem incluir a doação para capitalismo: gastar o dinheiro com algo desejável e com empresas eficientes ou doe para instituições que busquem promover o capitalismo de alguma forma.
A partir desta ideia, Alexander comparar gastar dinheiro com Instacart – uma espécie de Uber de compras, versus uma instituição de caridade que promove água potável para população carente. Esta instituição de caridade é uma escolha do GiveWell, o que significa, em outras palavras, que é algo sério. Se você tivesse um milhão para gastar para fazer o bem, qual seria a melhor opção? O senso comum escolheria a entidade do terceiro setor. Mas Alexander mostra que “doar” para o capitalismo pode criar empregos, promove uma empresa que tem uma continuidade clara, há efeitos de segunda ordem (o salário do empregado da Instacart gera outros benefícios indiretos), há um retorno do investimento, entre outros aspectos.
Portanto, diante dessas considerações, a abordagem proposta por Scott Alexander nos leva a repensar a tradicional dicotomia entre caridade e capitalismo. A sugestão de investir no capitalismo como uma forma de impacto social, ao criar empregos, gerar benefícios indiretos e promover a continuidade de empresas eficientes, oferece uma perspectiva intrigante.
Entretanto, a carência de entidades do terceiro setor que promovam o capitalismo de maneira séria apresenta um desafio significativo. Nesse contexto, surge a indagação sobre a possibilidade de entidades como o sistema CFC desempenharem esse papel crucial. Seria o momento de repensar o papel das organizações não governamentais e filantrópicas, buscando formas inovadoras de promover sua contribuição para a vida das pessoas.
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