A crise climática pode aumentar os apelos por estruturas de tomada de decisão mais autoritárias, amplamente vistas como mais eficientes. Entretanto, a noção de que qualquer versão de um sistema autoritário estaria livre de "interesses especiais" e seria gerenciada por tecnocratas neutros e racionais é implausível.
Preocupações sobre a capacidade das democracias de agir rapidamente e eficientemente não são algo novo. Um governo que permite que todos participem (em teoria, se não sempre na prática) resulta em um sistema imperfeito e lento. Participantes influentes frequentemente conseguem vetar ações apoiadas pela maioria. Por outro lado, a visão de que as massas irracionais detêm muito poder - por muito tempo expressa de maneira discreta - tornou-se totalmente aceitável na era de Donald Trump. Por exemplo, os eleitores tendem a punir os políticos por tomar medidas para prevenir catástrofes e recompensá-los por parecerem heróicos durante um desastre, embora o alívio de desastres seja muito mais caro do que a prevenção.
As democracias se baseiam em compromissos, mas muitas vezes esses acordos se revelam incoerentes, especialmente em sistemas de múltiplos partidos, nos quais muitos jogadores políticos diferentes desejam fazer valer suas vontades.
Alguns advogam uma abordagem mais tecnocrática e citam a China como um exemplo brilhante. (A ironia de que a China é o maior emissor de gases de efeito estufa do mundo)
Essas propostas levantam questões óbvias que seus defensores nunca abordam completamente. Se, em nome da ação climática, o poder é concentrado nas mãos de um estado que não presta contas ao povo, o que impediria os abusos desse poder?
(Adaptado e resumido daqui)
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