A justiça de Nova York declarou que o ex-presidente Donald Trump cometeu fraude ao inflar o próprio patrimônio para conseguir melhores condições em empréstimos. A decisão é mais um revés para o líder republicano, que ainda pode ser multado em US$ 250 milhões, o equivalente a R$ 1,2 bilhão.
Em decisão proferida nesta terça-feira, 26, o juiz Arthur Engoron concordou com o Ministério Público, que pediu um julgamento sumário parcial da acusação de fraude, a principal contra Donald Trump neste processo civil. Na prática, a justiça entendeu que não é necessário um julgamento para determinar que o ex-presidente conseguiu vantagens econômicas por meio de operações fraudulentas.
A procuradora-geral de Nova York, Letitia James, aponta que os valores das propriedades e títulos de Donald Trump foram inflados em até US$ 2 bilhões ao longo de anos e pede como penalidade uma multa de US$ 250 milhões. Além da proibição, tanto para o ex-presidente quanto para seus filhos Donald Trump Jr. e Eric Trump, de dirigir qualquer empresa.
Na decisão de hoje, que antecipa parte do julgamento, o juiz afirmou que os documentos financeiros que o ex-presidente submetia aos bancos anualmente “claramente continham avaliações fraudulentas que os réus usavam nos negócios”.
A investigação de Letitia James sobre os negócios de Trump começou em 2019, quando o republicano ainda era presidente. O caso foi apresentado em setembro do ano passado e detalha as estratégias que teriam sido adotadas para inflar os valores de apartamentos, hotéis e clubes de golfe, entre outros bens.
Em um dos exemplos citados, a acusação afirma que Donald Trump teria superestimado o tamanho de um apartamento na chamada Trump Tower onde viveu por anos ao alegar que o imóvel teria 30 mil pés (algo em torno de 2.700 m²) no lugar de 11 mil pés. Ao citar esse ponto específico na decisão, o juiz afirma que a defesa sustentou de forma “absurda” que o cálculo de área seria subjetivo.
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