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17 setembro 2023

Ambiente: Retração no apoio dos fundos de investimento

Recentemente este blog fez um longo texto sobre a relevância financeira da empresa de gestão de ativos BlackRock. Enfatizamos o papel da empresa na agenda ambiental recente. Confesso que naquele momento não tinha lido a newsletter da Semafor, de 23 de agosto, com uma informação importante. 



A BlackRock, a maior empresa de gestão de ativos do mundo, votou em apoio a apenas 7% das resoluções de acionistas relacionadas ao meio ambiente e à equidade social em empresas nas quais administra investimentos em 2023, de acordo com um resumo de votação por procuração que a empresa divulgou hoje. Isso representa uma queda em relação aos 22% do ano passado e aos 43% de 2021.

A empresa justifica para esta queda por uma suposta discrepância nas regras da SEC que facilitaram a apresentação de resoluções por parte de investidores ativistas. Isto reduziu o número de propostas em votação. 

a maioria das resoluções relacionadas ao clima era excessivamente controladora das decisões de negócios da empresa ou exigia ações relacionadas à divulgação de emissões ou descarbonização que, na opinião da BlackRock, a empresa já estava tomando por conta própria.

"Como muitas propostas eram excessivamente abrangentes, careciam de mérito econômico ou eram simplesmente redundantes, era improvável que ajudassem a promover o valor de longo prazo para os acionistas", escreveu Abdel Majeid.

Os investidores ativistas veem outra explicação: A repressão aos investimentos em ESG por parte de legisladores e procuradores gerais republicanos deixou a empresa - que nos anos anteriores era mais ativa na vinculação da transição para a energia limpa a melhores retornos de longo prazo para seus clientes - com receio.

"É chocante ver a BlackRock se afastando de qualquer discussão real sobre os riscos climáticos crescentes e sistêmicos, ao mesmo tempo em que se isenta de qualquer responsabilidade de responsabilizar as empresas por suas contribuições para eles", disse Eli Kasargod Staub, diretor executivo do grupo de defesa dos acionistas Majority Action.


Ainda assim, a BlackRock não está sozinha: O apoio dos acionistas às propostas de ESG caiu em todos os setores este ano, em um cenário de aumento dos preços dos combustíveis fósseis.

Convidamos o leitor para dar uma olhada no texto do blog de 10 de setembro pois ainda permanece válido, apesar deste adendo aqui. 

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