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30 julho 2023

Gráficos

 

Os filmes com maior duração são aqueles que arrecadam mais? Parece que sim. Entre 1995 a 2022, os dez maiores sucessos de bilheteria tinham, em média, 136 minutos. De 1995 a 1999 esta média era de 117 minutos. 

O VIX mede o quanto os investidores esperam que os preços das ações flutuem no próximo mês. Um VIX está mais alto, significa que os investidores esperam que os preços se movimentem muito e mais baixo não esperam que os preços se movimentem muito. A última vez que foi tão baixo foi em fevereiro de 2020. 


O negócio de serviços em nuvem é dominado pelas grandes empresas de tecnologia. A receita da estocagem de dados é de 80 bilhões de dólares para a Microsoft e a Amazon. Google segue longe, com 26 bilhões. Mas os dados não são confiáveis, pois são obtidos nas demonstrações contábeis, como áreas de negócio de cada empresa. 


O setor de energia eólica no mundo está enfrentando desafios, incluindo aumento dos preços do aço, inflação e problemas de baixa qualidade na produção de turbinas. As ações da Siemens Energy caíram quase 30% devido a falhas técnicas em suas turbinas. Já a indústria eólica da China está em ascensão, com sua capacidade total ultrapassando 310 gigawatts, dobrando em relação a 2017. O país planeja dobrar sua capacidade novamente até 2025, adicionando mais 371 gigawatts. O Brasil tem menos de 10% da capacidade de produção da China. 

28 julho 2023

Uma empresa indecentemente lucrativa

Desculpe o trocadilho inicial, mas a análise feita sobre o desempenho econômico-financeiro da controladora do Pornhub pela Semafor é realmente interessante. Essa empresa enfrenta sérios problemas de reputação, como denúncias de desrespeito à privacidade de pessoas filmadas sem autorização, por exemplo. No entanto, esses problemas não parecem afetar seus lucros. Recentemente, a Mastercard e a Visa começaram a recusar o processamento de pagamentos do Pornhub. Mesmo assim, a empresa possui uma margem operacional de 27% (em 2021) e 30% (em 2022). Esse índice fica acima da margem da Meta, controladora do Facebook, que foi de 25% em 2022.


O alto lucro da empresa é resultado de custos baixos. Embora tenham poucos anunciantes, o número de visitantes do site é enorme, sendo classificado como o 12º site mais visitado do mundo. Sua receita estimada para 2022 foi de 455 milhões de dólares, um pouco abaixo dos 460 milhões em 2018.

Esses números foram apresentados a potenciais investidores.

Frase


"Acredito firmemente que toda experiência nos ensina algo, mesmo que seja apenas que você nunca mais queira repetir aquela experiência específica." 

Física Athene Donald, após um início difícil em uma palestra TEDx

Gráficos

Mais um conjunto de gráficos diversos:

Cingapura tem o passaporte mais poderoso do mundo, de acordo com o Índice de Passaporte de Henley, com seus cidadãos capazes de visitar 192 países sem visto prévio. Alemanha, Itália e Espanha ficam em segundo lugar, empatados,  com 190 países.


Para portadores de passaporte Afeganistão, Iraque e Síria, por exemplo, as viagens são mais restritivas para a maioria dos países. O passaporte afegão exerce o menor poder do ranking, com apenas 27 destinos permitidos sem visto. A situação no Iraque e na Síria não é muito melhor, com 29 e 30 destinos, respectivamente.

O Índice de Passaportes Henley baseia-se em dados da Autoridade Internacional de Transporte Aéreo (IATA), incluindo 199 passaportes diferentes e 227 destinos de viagem diferentes. Brasil está em 19o. lugar, com 168 países. 

O índice de elevador social não é bom para o nosso país. Qual a chance dos pobres aumentarem sua riqueza. O estudo é da OCDE, o que significa dizer que o número de países é restrito. É o número médio de gerações necessárias para que as pessoas nascidas nas famílias mais pobres (entre os 10% mais pobres) atingissem o nível médio de renda em seu país.

O Brasil tem um índice de nove ou 9 gerações necessárias para atingir a renda média. 

Se você gosta de esportes, eis o gráfico sobre o desempenho dos ciclistas na competição mais famosa, o Tour de France. São três semanas e mais de três mil quilômetros. A velocidade média é de 41,12 quilômetros e o gráfico mostra que desde os anos 20 o desempenho só melhora. A pergunta feita ao vencedor foi, lógico, se não existia trapaça no desempenho. 


ChatGPT faz consultoria de investimento?

 Eis uma questão interessante de Merle van den Akker. Usando este texto perguntei ao Chat o seguinte: 

Em que devo investir hoje para obter o maior retorno possível? 

Resposta: Como IA, não posso fornecer conselhos financeiros específicos ou prever eventos futuros, incluindo o melhor investimento para hoje ou qualquer outro dia. O mercado financeiro é altamente complexo e volátil, e muitos fatores podem influenciar o desempenho dos investimentos.

Para tomar decisões financeiras inteligentes, é essencial realizar pesquisas sólidas, entender seus objetivos financeiros, nível de tolerância ao risco e prazo de investimento. Recomendo que você procure um consultor financeiro qualificado ou profissional de investimentos que possa ajudá-lo a desenvolver uma estratégia personalizada com base em sua situação específica.

Lembre-se sempre de que todos os investimentos têm riscos associados, e não há garantia de retorno positivo. Diversificar seus investimentos em diferentes classes de ativos pode ser uma estratégia prudente para mitigar riscos. Além disso, evite tomar decisões com base em conselhos não verificáveis de fontes não confiáveis ou suspeitas. O conhecimento e a experiência de um especialista são inestimáveis na busca por um plano financeiro sólido e adequado às suas necessidades.

Ou seja, ele não ajudou, só disse que não devo buscar somente retorno, mas é bom olhar o risco. Meio óbvio. Próxima pergunta: 

Devo investir de forma mais sustentável? 

Resposta: Sim, investir de forma mais sustentável pode ser uma decisão financeira e ética inteligente. Investimentos sustentáveis, também conhecidos como investimentos socialmente responsáveis (ISR) ou investimentos ambientais, sociais e de governança (ESG), buscam não apenas retornos financeiros, mas também consideram o impacto ambiental, social e ético das empresas em que você investe.

Existem várias razões pelas quais muitos investidores estão optando por investir de forma mais sustentável:

Responsabilidade social: Investir em empresas que têm práticas éticas, respeitam os direitos humanos, promovem a igualdade de gênero e adotam práticas de negócios responsáveis pode refletir seus valores pessoais.

Sustentabilidade a longo prazo: Empresas com práticas sustentáveis podem estar melhor preparadas para enfrentar desafios futuros, como regulamentações ambientais mais rigorosas, escassez de recursos e mudanças nas preferências dos consumidores.

Risco reduzido: Empresas com boas práticas de governança e gestão de riscos podem ser menos propensas a enfrentar escândalos ou crises que possam prejudicar o valor das ações.

Atratividade para investidores: Cada vez mais, investidores institucionais e individuais estão direcionando seus recursos para empresas com desempenho ESG forte, o que pode levar a um aumento no valor das ações dessas empresas.

Inovação e oportunidades: Empresas com foco em sustentabilidade frequentemente inovam para se tornarem mais eficientes em termos de recursos e buscam novas oportunidades de negócios relacionadas a questões ambientais e sociais emergentes.

Se você está considerando investir de forma mais sustentável, é importante fazer uma pesquisa cuidadosa e entender a abordagem ESG das empresas em que está interessado. Existem fundos de investimento e ETFs que se concentram em investimentos sustentáveis, facilitando a diversificação dos seus investimentos nessa área. No entanto, como em qualquer investimento, é fundamental considerar seus objetivos financeiros, tolerância ao risco e prazo de investimento antes de tomar decisões.

Lembre-se de que o desempenho passado não é garantia de resultados futuros, e todo investimento carrega riscos. Se possível, consulte um consultor financeiro ou especialista em investimentos com experiência em investimentos sustentáveis para orientá-lo na tomada de decisões que atendam aos seus objetivos pessoais e financeiros.

Agora o Chat foi mais incisivo e realmente deu um conselho para investir de forma sustentável. Acho que aqui o Chat foi um consultor de investimento. A próxima pergunta de Akker foi: devo fazer qualquer coisa para me preparar para a crise do custo de Vida (ou uma recessão)? Eis a resposta:

Preparar-se para uma possível crise do custo de vida ou outra recessão é uma medida prudente para proteger suas finanças e minimizar o impacto em sua vida. Embora não seja possível prever com certeza quando ou como uma crise econômica pode ocorrer, existem várias medidas que você pode tomar para se preparar:

Crie um fundo de emergência: Tenha uma reserva de dinheiro suficiente para cobrir suas despesas essenciais por pelo menos três a seis meses. Esse fundo de emergência pode ser crucial em momentos de incerteza financeira, como uma recessão, ajudando a cobrir despesas essenciais, como moradia, alimentação e cuidados de saúde, caso ocorram perdas de emprego ou redução de renda.

Reduza dívidas: Tente reduzir suas dívidas, especialmente aquelas com altas taxas de juros. Dívidas excessivas podem tornar-se um fardo pesado durante uma crise econômica, tornando difícil o gerenciamento das finanças.

Diversifique investimentos: Se você investe, considere diversificar seu portfólio para incluir uma variedade de ativos. Diversificar pode ajudar a mitigar os riscos associados a determinados setores ou classes de ativos específicos que podem ser afetados negativamente durante uma recessão.

Reavalie despesas e orçamento: Analise seus gastos e crie um orçamento realista. Identifique áreas onde você pode cortar despesas desnecessárias para economizar mais e fortalecer sua posição financeira.

Foque em habilidades e aprendizado: Investir em habilidades profissionais ou educação contínua pode ajudar a torná-lo mais valioso no mercado de trabalho, o que pode ser benéfico caso precise se adaptar a mudanças econômicas durante uma crise.

Mantenha-se informado: Esteja atento às notícias econômicas e aos indicadores que possam sinalizar uma possível crise. Ficar informado pode permitir que você tome medidas proativas para proteger suas finanças.

Garanta seguro adequado: Verifique se você possui seguro de saúde, seguro de vida, seguro residencial ou outros tipos de seguro relevantes para proteger sua família e seus bens em tempos difíceis.

Fortaleça sua rede de apoio: Tenha uma rede de amigos, familiares ou profissionais que possam oferecer suporte emocional e, possivelmente, auxílio financeiro em momentos de necessidade.

É essencial lembrar que, embora o planejamento e a preparação sejam importantes, nem sempre é possível evitar completamente os impactos de uma crise econômica. No entanto, tomando medidas pró-ativas, você pode estar melhor posicionado para enfrentar desafios financeiros e se recuperar mais rapidamente após uma crise.

É uma resposta bastante conservadora. A última questão é: seria melhor investir esse dinheiro em ativos arriscados para um possível ganho de curto prazo ou deixá-lo de lado quando meu filho se decidir sobre querer fazer o curso superior? 

A resposta do Chat foi:

A decisão de investir em ativos arriscados para buscar ganhos de curto prazo ou deixar o dinheiro de lado para o curso superior do seu filho depende de vários fatores, incluindo seu horizonte de investimento, tolerância ao risco e objetivos financeiros.

Horizonte de investimento: Se o curso superior do seu filho estiver previsto para ocorrer em um futuro próximo (dentro de alguns anos), investir em ativos arriscados pode ser uma estratégia mais arriscada, pois os mercados financeiros podem ser voláteis no curto prazo. Ativos arriscados, como ações, podem experimentar variações significativas de valor em um período mais curto. Nesse caso, manter o dinheiro em investimentos mais conservadores ou em uma conta de poupança pode ser uma escolha mais segura.

Tolerância ao risco: Avalie sua capacidade de lidar com perdas temporárias de capital. Investir em ativos arriscados pode resultar em retornos potencialmente mais altos, mas também traz consigo maior risco de perda. Se você não está confortável com a possibilidade de perder parte do valor investido em um curto espaço de tempo, talvez seja melhor optar por investimentos mais conservadores.

Objetivos financeiros: Considere seus objetivos financeiros de longo prazo, como sua própria aposentadoria, bem como o financiamento do curso superior do seu filho. Se você tiver outros objetivos importantes em mente, pode ser necessário equilibrar seus investimentos de acordo com essas prioridades.

Diversificação: Se você deseja buscar retornos mais altos, mas não quer se expor a riscos excessivos, pode optar por uma abordagem de diversificação, misturando investimentos mais conservadores e ativos arriscados. Dessa forma, você pode equilibrar os riscos e oportunidades de crescimento.

Consulte um profissional financeiro: Se você estiver inseguro sobre qual abordagem é mais adequada para sua situação específica, é recomendável buscar o conselho de um consultor financeiro ou especialista em investimentos. Um profissional pode ajudá-lo a entender suas opções, criar um plano financeiro personalizado e tomar decisões informadas com base em suas circunstâncias únicas.

Em geral, investir para objetivos de curto prazo, como o financiamento da educação de um filho, geralmente requer uma abordagem mais conservadora e focada na preservação do capital. O retorno de curto prazo pode ser menos previsível e sujeito a maior volatilidade. Por outro lado, investir com um horizonte de longo prazo pode permitir maior exposição a ativos arriscados, em busca de maiores retornos ao longo do tempo.

Resolvi sair do roteiro de Akker e perguntar sobre criptomoedas. Minha pergunta foi: devo investir em criptomoedas? A resposta mostra que o Chat é mais sábio que muitas celebridades:

Investir em criptomoedas é uma decisão financeira que deve ser cuidadosamente considerada, levando em conta diversos fatores. As criptomoedas, como o Bitcoin, Ethereum e muitas outras, ganharam popularidade nos últimos anos e oferecem oportunidades de investimento, mas também apresentam riscos significativos. Aqui estão alguns pontos a serem considerados ao decidir investir em criptomoedas:

Volatilidade: As criptomoedas são conhecidas por sua alta volatilidade. Os preços podem experimentar mudanças dramáticas em curtos períodos de tempo. Isso pode resultar em ganhos significativos, mas também pode levar a perdas substanciais.

Riscos de segurança: As criptomoedas são armazenadas em carteiras digitais, e a segurança dessas carteiras é fundamental. Roubos de carteiras digitais e ataques cibernéticos são preocupações legítimas no mundo das criptomoedas.

Regulamentação: O cenário regulatório das criptomoedas ainda está em evolução em muitos países. Mudanças nas regulamentações podem ter impactos significativos nos mercados de criptomoedas.

Conhecimento: Antes de investir em criptomoedas, é essencial que você entenda como funcionam, quais são as tecnologias subjacentes, os princípios de segurança e outras características específicas. A falta de conhecimento pode aumentar os riscos envolvidos.

Diversificação: Se você está considerando investir em criptomoedas, é aconselhável não colocar todas as suas economias em um único ativo. A diversificação é uma prática prudente para reduzir o risco geral do seu portfólio de investimentos.

Objetivos financeiros: Considere se o investimento em criptomoedas está alinhado com seus objetivos financeiros de longo prazo. Pergunte a si mesmo se você pode tolerar a volatilidade associada a esse tipo de investimento e se está preparado para investir com horizontes de tempo mais longos.

Consulte um profissional financeiro: Se você está considerando investir em criptomoedas, é uma boa ideia consultar um consultor financeiro ou especialista em investimentos. Um profissional pode ajudá-lo a entender melhor os riscos e benefícios, bem como determinar como esse investimento se encaixa em sua situação financeira geral.

Em resumo, investir em criptomoedas pode ser emocionante e potencialmente lucrativo, mas também envolve riscos significativos. Se você decidir investir, faça-o com cautela, conhecimento e compreensão plena dos riscos envolvidos. Nunca invista dinheiro que você não pode perder e esteja preparado para enfrentar a volatilidade inerente às criptomoedas.

Resolvi verificar se a resposta é mais interessante para um investimento tipicamente brasileiro, o Tesouro Direto. Minha pergunta foi: Vale a pena investir em Tesouro Direto? Bem simples, pergunta que traz uma resposta sim ou não e o Chat respondeu o seguinte:

O Tesouro Direto é um programa do governo brasileiro que permite que pessoas físicas invistam em títulos públicos, tornando-se uma opção de investimento popular e acessível para muitos brasileiros. A decisão de investir no Tesouro Direto pode ser vantajosa para algumas pessoas, mas é importante considerar alguns pontos antes de fazer essa escolha:

Segurança: Os títulos públicos são considerados investimentos de baixo risco, uma vez que são emitidos pelo governo federal. O risco de inadimplência é baixo, o que os torna uma opção segura para o investidor preocupado com a preservação do capital.

Liquidez: Os títulos do Tesouro Direto podem ser resgatados antes do vencimento, permitindo ao investidor ter acesso ao dinheiro investido a qualquer momento. Isso proporciona maior liquidez em comparação com outros investimentos de longo prazo.

Rentabilidade: Os títulos públicos oferecem diferentes modalidades, cada uma com características de rentabilidade distintas. Alguns títulos têm rendimento prefixado, enquanto outros têm rendimento atrelado à taxa básica de juros (Selic) ou à inflação (IPCA). A rentabilidade varia conforme o prazo e as condições do título escolhido.

Diversificação: O Tesouro Direto possibilita que os investidores acessem diferentes tipos de títulos, permitindo uma diversificação da carteira de investimentos, o que é uma prática recomendada para reduzir riscos.

Taxas e Impostos: Ao investir no Tesouro Direto, existem algumas taxas a serem consideradas, como a taxa de custódia cobrada pela B3 (antiga BM&FBovespa) e a taxa de administração, caso você invista através de uma instituição financeira. Além disso, os rendimentos dos títulos públicos são tributados de acordo com a tabela regressiva do Imposto de Renda.

Objetivos e perfil do investidor: É fundamental considerar seus objetivos financeiros e perfil de investidor ao escolher o Tesouro Direto. Se você busca investimentos de baixo risco e com foco na preservação do capital, os títulos públicos podem ser uma boa escolha.

Em resumo, o Tesouro Direto pode ser uma opção interessante para muitos investidores, especialmente aqueles que procuram segurança e liquidez. No entanto, é sempre recomendável buscar orientação de um consultor financeiro ou especialista em investimentos antes de tomar decisões financeiras significativas. Dessa forma, você poderá analisar sua situação financeira específica e tomar decisões alinhadas aos seus objetivos pessoais.

Tentei extrair mais dele: Tenho um dinheiro sobrando e gostaria de fazer investimento por um prazo de cinco anos. Onde posso investir este dinheiro? Eis a resposta:

Para um prazo de investimento de cinco anos, é importante considerar investimentos que ofereçam potencial de retorno razoável, mas também levem em conta a segurança do capital, dada a relativamente curta duração do investimento. Algumas opções a serem consideradas para esse horizonte de tempo são:

Tesouro Direto: Como mencionado anteriormente, os títulos públicos oferecidos pelo Tesouro Direto podem ser uma opção interessante para investimentos de médio prazo. Você pode optar por títulos com prazos de vencimento em cinco anos, como Tesouro Prefixado ou Tesouro IPCA+.

CDB (Certificado de Depósito Bancário): CDBs são investimentos de renda fixa emitidos por bancos, e muitos oferecem opções com prazos de cinco anos. Eles geralmente possuem rendimentos superiores aos da poupança e são protegidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) até o limite de R$ 250.000 por CPF e por instituição financeira.

LCI/LCA (Letra de Crédito Imobiliário/Agropecuário): São investimentos de renda fixa isentos de Imposto de Renda e emitidos por instituições financeiras para financiar setores imobiliário e agropecuário. Alguns bancos oferecem LCIs/LCAs com prazos de cinco anos.

Fundos de investimento: Existem fundos de investimento com diferentes estratégias e prazos, incluindo fundos de renda fixa e multimercado. Busque fundos com histórico consistente de bom desempenho e baixas taxas de administração.


ETFs (Exchange Traded Funds): Os ETFs são fundos de investimento que replicam índices de mercado. Eles podem ser uma opção interessante para diversificar seus investimentos, especialmente se você busca exposição a determinados setores ou mercados.

Ações de empresas sólidas: Se você tem afinidade com o mercado de ações e está disposto a assumir maior risco, pode considerar investir em ações de empresas sólidas com histórico de desempenho positivo e perspectivas de crescimento nos próximos anos.

Imóveis: Investir em imóveis pode ser uma opção, dependendo do mercado imobiliário local e das perspectivas de valorização. No entanto, lembre-se de que a liquidez de imóveis pode ser mais baixa em comparação com outros investimentos.

Independentemente do investimento escolhido, é essencial realizar pesquisas, entender os riscos e considerar seus objetivos financeiros e tolerância ao risco. Como sempre, é recomendável buscar a orientação de um consultor financeiro ou especialista em investimentos para tomar decisões informadas e alinhadas às suas necessidades específicas.

O perfil do Chat parece ser conservador, não? Dinheiro sobrando, um prazo longo para o investimento e a sugestão é empresas sólidas, fundos, tesouro direto, entre outros. 

As respostas são genéricas, mas são bem melhores que os especialistas de finanças que temos na internet. Eu confiaria muito mais no Chat que no ser humano aqui. 

Foto: Mohamed Nohassi

27 julho 2023

Efeito da greve de Hollywood sobre as demonstrações contábeis

As greves em andamento de atores e escritores estão criando um paradoxo para os principais estúdios e empresas de entretenimento, resultando em efeitos aparentes em seus ganhos trimestrais. Com a maioria das produções de filmes e séries interrompidas, as empresas estão acumulando mais dinheiro em seus cofres que normalmente seria destinado a financiar essas produções. Isso está levando a um aumento nos fluxos de caixa e margens de lucro (ou redução de prejuízos) para as empresas que enfrentam greves lideradas pelo SAG-AFTRA e pelo Writers Guild of America.

Embora a preservação de dinheiro a curto prazo seja benéfica para as empresas, o impasse pode levar a uma redução no conteúdo disponível no futuro, afetando negativamente o crescimento e os negócios das empresas de entretenimento. Por exemplo, a Netflix aumentou sua previsão de fluxo de caixa livre para 2023 graças, em parte, às greves em andamento.

Para empresas como Disney, Warner Bros. Discovery, Paramount e NBCUniversal, que investiram bilhões em busca de sucessos de streaming, mas até agora tiveram resultados abaixo do esperado, o aumento temporário de caixa pode trazê-las mais perto da lucratividade. No entanto, o impacto real das greves em suas programações de conteúdo só será sentido no próximo ano.

Apesar dos benefícios de curto prazo para algumas empresas, as greves têm o potencial de causar sérios problemas para a indústria do entretenimento como um todo. A falta de produções afetará os agendamentos das redes de transmissão e de alguns canais a cabo, o que pode causar mais problemas em um mercado publicitário já sobrecarregado.

As empresas de entretenimento terão que decidir como utilizar o dinheiro extra que estão acumulando devido às greves. Algumas opções incluem investir em outros tipos de conteúdo, como programas de reality show ou produções internacionais não afetadas pelas greves, ou devolver o dinheiro aos acionistas por meio de dividendos ou recompra de ações. Também existe a possibilidade de que as empresas busquem fusões e aquisições para expandir seus negócios.

Fonte: aqui

Taxonomia em Sustentabilidade

O International Sustainability Standards Board (ISSB) divulgou um esboço de taxonomia com o objetivo de melhorar a acessibilidade e comparabilidade das informações de sustentabilidade. As propostas refletem os requisitos de divulgação nos dois primeiros padrões da ISSB: IFRS S1 Requisitos Gerais para a Divulgação de Informações Financeiras Relacionadas à Sustentabilidade e IFRS S2 Divulgações Relacionadas ao Clima, emitidos em junho de 2023.

Uma taxonomia digital comum é necessária para facilitar a apresentação estruturada de informações financeiras relacionadas à sustentabilidade, preparadas de acordo com os padrões da ISSB, e para aumentar a transparência para os investidores. Ao marcar informações sobre riscos e oportunidades relacionados à sustentabilidade em seus relatórios financeiros, as entidades tornam essas informações legíveis por máquina.

Para simplificar o processo, a ISSB propõe criar um único conjunto de elementos que englobe os requisitos de divulgação tanto do IFRS S1 quanto do IFRS S2. Isso evita a complexidade de ter que usar dois conjuntos de elementos para informações relacionadas ao clima. A taxonomia proposta consiste em aproximadamente 130 elementos narrativos para a área de conteúdo principal.

A ISSB está buscando feedback sobre a taxonomia em um período de consulta de 60 dias. O objetivo é emitir a taxonomia digital final no início de 2024, após a avaliação dos comentários recebidos. 

Fonte: Accountancy Daily

Projeto de Demonstrações Financeiras do Iasb parece que vai sair

Já não era sem tempo. Era uma vez, há muito tempo, uma consulta que o Iasb fez em 2015 e levou a priorização de um texto sobre demonstrações financeiras. Idas e vindas e em maio de 2019 surgiu um documento onde tudo conduzia para uma definição de subtotais e categorias na DRE, a questão da agregação e desagregação, medidas de desempenho gerencial e DFC (demonstração dos fluxos de caixa). Tudo isto para substituir o IAS 1, ou seja, uma norma do antigo Iasc. 

No final de 2019 já se tinha uma minuta, que foi aberta para comentários em 2020. E agora, na quarta, foi decidido que a nova norma deve ser finalizada em 2024

Limites da experiência pessoal

Eu não gosto quando pessoas citam sua experiência pessoal como forma de argumento. É tentador e realmente precisamos policiar sobre isto. Abaixo temos um trecho de um texto que expressa muito do que eu penso sobre o assunto. Por isto, estou usando a versão traduzida do Vivaldi:

É tentador acreditar que podemos simplesmente confiar na experiência pessoal para desenvolver nossa compreensão do mundo. Mas isso é um erro. O mundo é grande e podemos experimentar muito pouco pessoalmente. Para ver como é o mundo, precisamos confiar em outros meios: estatísticas globais cuidadosamente coletadas.

Obviamente, nossas interações pessoais fazem parte do que informa nossa visão de mundo. Reunimos uma imagem da vida dos outros ao nosso redor a partir de nossas interações com eles. Toda vez que encontramos pessoas e ouvimos sobre suas vidas, adicionamos mais uma perspectiva à nossa visão de mundo. Essa é uma ótima maneira de ver o mundo e expandir nosso entendimento. Não quero sugerir o contrário. Mas quero lembrar a nós mesmos o quão pouco podemos aprender sobre nossa sociedade apenas por meio de interações pessoais e quão valiosas são as estatísticas para nos ajudar a construir o resto do cenário.

O horizonte da nossa experiência pessoal

Quantas pessoas você conhece pessoalmente?

Vamos dar uma definição ampla do que significa conhecer alguém e dizer que incluímos todos que você conhece pelo nome. Um estudo nos EUA perguntou quantas pessoas os americanos sabem pelo nome e descobriu que a pessoa média sabe 611.

Vamos supor que você é mais social que o americano médio e conhece 800 pessoas. Em um mundo de 8 bilhões, isso significa que você conhece 0,00001% da população. 100.000 de por cento. (...)

É por isso que sou muito cético quando as pessoas dizem coisas sobre "o mundo hoje em dia" com base no que ouvem das pessoas que conhecem.

Não podemos ver grande parte do mundo através de nossa experiência direta. O horizonte de nossa experiência pessoal é muito estreito. Para cada pessoa que você conhece, existem dez milhões de pessoas que você não conhece.

E é provável que as pessoas que você conhece sejam bastante parecidas com você, longe de serem representativas do mundo - ou do seu país - como um todo.


The horizon of our personal experience — We cannot see much of the world through our own direct experience

Quão amplo pode ser o horizonte de nossa experiência pessoal?

Talvez você pense que restringir as pessoas com quem aprende ao número de pessoas que você conhece pelo nome é muito estreito. Afinal, você também aprende com estranhos que conhece, mesmo que não conheça os nomes deles.


Vamos supor que você seja excepcionalmente bom nisso e tenha uma conversa com três novas pessoas todos os dias da sua vida.

Se você conseguir continuar com isso por 73 anos, conhecerá 80.000 pessoas.4 Isso é mais de mil vezes o número de pessoas que você conheceria pelo nome.

Esta ainda é uma pequena fração do mundo. Depois de uma vida inteira conversando com pessoas, você terá falado com 0,001% da população mundial. Para cada pessoa com quem você conversou, ainda existem 100.000 pessoas com quem você nunca conversou. (...)

Estou focando na interação pessoal como a maneira mais direta e profunda de aprender sobre os outros, mas eles não são nossa única experiência pela qual aprendemos sobre os outros. Também aprendemos vendo as roupas de outras pessoas, vendo suas casas ou ouvindo outras pessoas falarem sobre suas experiências pessoais. Mas, embora essas experiências também ajudem, elas ainda não nos levam muito longe. O mundo é grande e, mesmo que você seja excepcionalmente atencioso e excepcionalmente bom em fazer conexões e falar com as pessoas, é simplesmente impossível ver grande parte do mundo diretamente.

(...) A perspectiva fragmentada da mídia: alguns holofotes sobre pessoas específicas, mas grande parte do mundo é deixada na escuridão

Os limites de nossa experiência pessoal não vão muito além de nós mesmos. Como podemos saber sobre o mundo se queremos ver além desse horizonte apertado?

De uma maneira ou de outra, temos que confiar na mídia. Seja televisão ou rádio, jornal ou fotografia, livros, podcasts, documentários, trabalhos de pesquisa, tabelas estatísticas ou mídias sociais.

Esse fato é tão óbvio que é fácil perder o quão importante é: tudo o que você ouve sobre alguém a mais de algumas dezenas de metros de distância, você sabe através de alguma forma de mídia.

É por isso que a mídia em que escolhemos confiar é tão importante para a nossa compreensão do mundo.

A notícia é a mídia que molda nossa imagem do mundo mais do que qualquer outra. Hoje, muitas vezes está entrelaçado com as mídias sociais. É valioso, pois nos permite ver além do nosso próprio horizonte apertado, mas a visão que as notícias oferecem é manchada e fragmentada.

As notícias sobre as coisas incomuns que acontecem em um particular dia, mas as coisas que acontecem todo dia nunca seja mencionado. Isso nos dá uma imagem tendenciosa e incompleta do mundo; somos inundados com notícias detalhadas sobre terrorismo mas quase nunca ouvi falar tragédias cotidianas como o fato de 16.000 crianças morrerem todos os dias.

O problema não é tanto o que a mídia cobre, mas o que não cobre. Os que são deixados na escuridão geralmente são pobres, impotentes e geograficamente distantes de nós. O que vemos nas notícias não é suficiente para entender o mundo em que vivemos.

(...) Os métodos estatísticos permitem tirar conclusões confiáveis sobre uma população como um todo. A estatística é uma conquista cultural extraordinária que nos permite ampliar nossa visão, desde as histórias individuais daqueles que estão em destaque até uma perspectiva que inclui todos. (...)

As estatísticas globais não apenas nos permitem ver como é o "mundo hoje em dia", mas também como ele mudou. As estatísticas que documentam como o mundo mudou costumam ser muito surpreendentes para aqueles que dependem principalmente das notícias para entender o mundo. Embora as notícias se concentrem predominantemente em todas as coisas que estão dando errado, as estatísticas históricas nos permitem ver também o que deu certo - o imenso progresso o mundo alcançou.

As estatísticas podem iluminar o mundo de uma maneira que nossas experiências pessoais e a mídia não podem. É por isso que, em Nosso mundo em dados, contamos com estatísticas globais para entender como o mundo está mudando.

O visual ilustra o que as estatísticas globais cuidadosamente coletadas possibilitam: elas iluminam o mundo inteiro ao nosso redor e nos permitem ver o que está acontecendo com todos. (...)

Nenhum dado é perfeito

A coleta e produção de boas estatísticas é um grande desafio. Os dados podem não ser representativos de alguma maneira, podem ser mal medidos e alguns podem estar faltando completamente. Todo mundo que depende de estatísticas para formar sua visão de mundo precisa estar ciente dessas deficiências. (...)

26 julho 2023

Último entre os pares na transição para os elétricos

Qual a razão do Brasil estar demorando tanto tempo em adotar carros elétricos? Eis uma possível resposta: 


Uma mistura única de gasolina e biocombustíveis à base de cana-de-açúcar, que historicamente colocou o Brasil à frente de muitos países em termos de emissões de veículos, agora está impedindo a transição do país para os veículos elétricos. Os veículos de "combustível flexível" fabricados localmente são baratos e populares e, como resultado, o Brasil "será o último entre seus pares a mudar para os elétricos", informou a Bloomberg. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está lutando mais contra o desmatamento e outros problemas climáticos do que seus antecessores, até agora não definiu uma meta ambiciosa para a adoção de veículos elétricos, sob pressão do poderoso lobby do açúcar no país.

Morte ao ESG?

Controverso, mas vale uma passada de olhos no texto de Lance Roberts, do Zero Hedge. Eis o resumo do ChatGPT: 

O texto aborda a controvérsia em torno do escore e mandatos ESG (Ambiental, Social e Governança) que surgiram em 2020. O "ativismo acordado" das empresas para cumprir padrões nebulosos ou artificiais levou a resultados negativos. ESG se refere aos riscos ambientais, sociais e de governança teoricamente embutidos em um negócio, mas essas questões não estão refletidas no balanço patrimonial ou demonstrações de resultados de uma empresa, o que cria problemas intrínsecos.


O ESG se tornou um grande negócio, com fundos rotulados ESG nos EUA superando US$ 16 trilhões em 2020, projetando alcançar US$ 50 trilhões até 2025. No entanto, houve uma saída significativa de fundos ESG em 2022. Isso ocorreu porque os fundos ESG têm um desempenho financeiro pobre e não oferecem melhores resultados em termos de ESG. Os investidores perceberam que priorizam o desempenho e os retornos acima do impacto ESG.

Além disso, muitas empresas estão fornecendo informações enganosas sobre suas iniciativas ESG, e o foco excessivo no ESG pode distorcer as decisões empresariais, levando a investimentos em empresas financeiramente subdesempenho.

O texto destaca a interferência da gigante gestora de ativos Blackrock, que pressiona empresas a abraçarem a agenda ESG, causando atritos e questionamentos sobre suas verdadeiras intenções. Os investidores estão começando a perceber as limitações e problemas inerentes ao ESG, e muitos estão retirando fundos ou evitando investir em produtos relacionados à ESG.

Consequentemente, a falta de desempenho e os problemas de aplicação prática do ESG estão levando ao seu declínio inevitável.

IFRS S2 versusTCFD

Os requisitos no IFRS S2 (Normas Internacionais de Relato Financeiro, Seção 2) de Divulgações Relacionadas ao Clima, emitidos pelo Conselho Internacional de Normas de Sustentabilidade (ISSB), integram e são consistentes com as quatro principais recomendações e onze divulgações recomendadas publicadas pelo Grupo de Trabalho sobre Divulgações Financeiras Relacionadas ao Clima (TCFD).

As áreas em que o IFRS S2 difere das recomendações do TCFD refletem diferenças entre o IFRS S2 e as orientações do TCFD, não as principais recomendações ou divulgações recomendadas pelo TCFD.

Esta é a introdução de um documento preparado pela Fundação IFRS, que pode ser acessado aqui

Bankman-Fried: ordem de silêncio em meio a acusações de fraude

Sam Bankman-Fried, o ex-fundador da FTX, a empresa de cripto que faliu recentemente, está enfrentando acusações criminais de fraude. Ele concordou com uma ordem de silêncio que, em grande parte, o impedirá de discutir publicamente seu caso. Os promotores acusaram Bankman-Fried de tentar desacreditar uma ex-associada, Caroline Ellison (foto abaixo, direita, junto com SBF, esquerda), que havia vivido e trabalhado com ele nas Bahamas.

O Juiz Distrital dos Estados Unidos, Lewis A. Kaplan, expressou preocupações sobre a adequação e continuação das condições de fiança de Bankman-Fried, o que pode colocar em risco sua prisão domiciliar atual, enquanto aguarda o julgamento. O juiz já havia advertido Bankman-Fried sobre o uso de aplicativos de mensagens criptografadas e programas de VPN.



A ordem de silêncio, protocolada na segunda-feira, proíbe Bankman-Fried e outras pessoas de discutir qualquer coisa com a imprensa que possa interferir em um julgamento justo, incluindo a credibilidade das testemunhas, informações inadmissíveis e qualquer coisa que possa influenciar a opinião pública sobre o caso.

Ellison, uma testemunha-chave no caso, que namorou Bankman-Fried e estava associada à Alameda Research, já se declarou culpada de fraude. Na semana passada, uma matéria no The New York Times revelou detalhes do diário de Ellison, levantando questões sobre seu papel na Alameda e seu relacionamento com Bankman-Fried. Os promotores alegaram que Bankman-Fried vazou o material para retratar Ellison de forma negativa e favorecer sua defesa através da imprensa.

Os advogados de Bankman-Fried afirmaram que ele compartilhou documentos para apresentar seu lado da história sobre tópicos que já haviam sido reportados pela mídia. 

25 julho 2023

Lembranças do Google Reader

Em março de 2013, a internet ficou pior: a empresa Google, que hospeda este blog, retirou do ar o Google Reader. Era um grande fã do Reader e considerava-o um instrumento muito poderoso de produtividade e uma maneira de ler o que me interessava, ou melhor, filtrar.

Por esse motivo, li com muita atenção o texto do The Verge sobre a morte do Google Reader. David Pierce conta não somente a razão pela qual o Reader foi descontinuado pelo Google, como também mostra o nascimento desta ferramenta, em 2006. O Reader não era um sucesso da internet, pois tinha somente algumas dezenas de milhões de usuários, mas funcionava muito bem.

Com tantas notícias surgindo a todo momento, o Reader aparece quando o usuário era obrigado a digitar seus sites favoritos e a todo momento fazer atualização da página para saber se tinha algum conteúdo novo. Wetherell, um funcionário do Google, criou um programa que pudesse ler os feeds dos sites e centralizar em um único aplicativo. Ele percebeu que o Reader poderia centralizar todas as atualizações dos sites previamente cadastrados. Na cabeça da equipe que ajudou no desenvolvimento, o Reader seria uma rede social.

Mas 30 milhões de usuários não são muitos para que o Reader pudesse ser um concorrente do Facebook, que surgia então. Só que o Facebook, assim como o Instagram ou o TikTok, tem como foco os algoritmos centralizados nas pessoas. O Reader tinha o foco no conteúdo.

No lugar dele, apareceu o Old Reader, que não vingou. Nos dias atuais, eu uso muito, mas muito mesmo, o Feedly, que tem um pouco da herança do Reader. Minhas postagens neste blog são possíveis graças ao Feedly, mas no passado era a função do Reader.


Empresa de mídia deixou de controlar a tecnologia e hoje perde negócios

Em "7 Razões pelas quais a mídia não é um bom negócio" encontro este gráfico:


No vermelho, as verbas de publicidade para internet. As mídias tradicionais, especialmente os jornais, perderam muito com a internet. Afinal, a circulação dos jornais só faz cair:



Arte da Avaliação na Contabilidade

No texto "A arte da Contabilidade", Edward Mendlowitz aborda a importância das avaliações empresariais em várias situações, como fins tributários, empresariais, separação conjugal ou fins forenses. Esses relatórios podem variar de 30 a mais de 100 páginas e conter diversas análises.

O autor menciona um caso específico envolvendo o patrimônio de Michael Jackson após sua morte em 2009. No seu inventário, a imagem e a semelhança do artista foram inicialmente avaliadas em US$2.105, e posteriormente aumentadas para $3 milhões pelos executores. Além disso, duas outras propriedades do artista foram avaliadas: sua propriedade parcial da Sony/ATV Music Publishing, que incluía os direitos de 175 músicas dos Beatles, e o catálogo Mijac, que continha músicas escritas por Jackson, avaliados em $2.2 milhões.


No entanto, a Receita Federal dos EUA (IRS) após uma auditoria, avaliou a imagem e a semelhança de Jackson em $161.3 milhões e os interesses do catálogo em $320.6 milhões. O caso foi levado ao Tribunal Fiscal, que determinou que a imagem e semelhança de Jackson valessem $4.15 milhões e os interesses do catálogo US$107.35 milhões.

Essas diferentes avaliações ilustram como determinar avaliações empresariais é uma arte, ao invés de uma ciência exata, e podem variar consideravelmente. A discrepância entre as avaliações dos executores, do IRS e do Tribunal Fiscal foi significativa, com diferenças de centenas de milhões de dólares. O autor também destaca que cada avaliador, apesar de ser um especialista, teve avaliações diferentes.

Consequentemente, o texto enfatiza que as avaliações não devem ser consideradas commodities, buscando apenas o menor custo, mas sim como um serviço personalizado, que exige habilidade, experiência e compreensão adequada das circunstâncias. O autor defende que os contadores devem comunicar o verdadeiro valor de seus serviços e evitar competir apenas por preço, usando casos como esse para ilustrar a complexidade e importância das avaliações empresariais.

Foto: Marie-Hélène LACHAUD

Rir é o melhor remédio

 


24 julho 2023

Penguin Random House


A Penguin Random House, uma das principais editoras em língua inglesa no mundo, vem anunciando uma reorganização, resultando em diversos cortes e demissões.

Saiu na Publisher Weekly que a editora, em movimentos para gerenciamento de custos, demitiu cerca de 60 funcionários esta semana - dentre eles, o editor da Knopf, Daniel Halpem. Aparentemente houve um pacote de demissões voluntárias e muitos dos nomes que aceitaram são conhecidos no mercado.

Em um comunicado aos funcionários afirmou-se que, embora o mercado de livros tenha crescido, principalmente nos últimos anos, houve também aumento significativo de custos em todas as áreas e espera-se que esses aumentos, assim como a inflação, continuem. 

Uma movimentação assim em uma empresa tão proeminente pode significar ventos não muito favoráveis às editoras do restante do mundo. Felizmente, segundo o Painel de Varejo de Livros no Brasil, o setor nacional vem crescendo em comparação ao ano anterior.



Empresas mais inovadoras

Todos os anos, o Boston Consulting Group (BCG) lança o seu Classificação das empresas mais inovadoras. Com base em uma pesquisa com mais de 1.000 executivos de inovação pesquisados em dezembro. 2022 e janeiro. 2023, o BCG avaliou o desempenho de uma empresa em quatro dimensões :

Partilha global: o número de votos recebidos de todos os executivos globais de inovação

Visão por pares da indústria : o número de votos recebidos de executivos do próprio setor de uma empresa

Interrupção do setor : o Índice de Diversidade (Herfindahl-Hirschman) de votos em todos os setores

Criação de valor: retorno total dos acionistas, incluindo recompras de ações, durante o período de três anos a partir de janeiro. 2020 a dezembro. 2022.

Eis as 10 mais:




Difusão do conhecimento e serendipidade nos Congressos

Esta semana teremos o que talvez seja o congresso mais importante da nossa área: o Congresso USP. Ao mesmo tempo, desde o início deste ano, estou no cargo de diretor geral do congresso mais simpático da nossa área: o Congresso da UnB. Bom, uma leitura estimulante do LSE mostra que um encontro acadêmico, como um congresso, é muito importante para a difusão do conhecimento e a serendipidade. Este último termo, um palavrão, é a capacidade de descobrir coisas ao acaso. 


Pois bem, os congressos acadêmicos possuem a capacidade de difundir conhecimento e proporciona, para as pessoas, a chance de descobrir coisas ao acaso. A troca acadêmica ajuda no nosso aprendizado permanente. A leitura apresenta que apesar de um congresso ser "caro", os benefícios parecem superar os custos. 

Usando pesquisas já realizadas (por exemplo aqui) é possível indicar que os congressos apresentam realmente uma troca de conhecimento. Isto é importante, pois muitas pessoas acreditam que os encontros científicos possuem uma função de disseminação de conhecimento. Mas não é só isto, pois também ajuda na aprendizagem das pessoas e nos encontros "fortuitos" e "discussões espontâneas" entre as pessoas que participam. É a famosa hora do cafezinho nos congressos, que geralmente não temos nos congressos virtuais e subavaliamos quando pagamos nossa inscrição nos encontros. 

As colaborações formadas durante esses eventos demonstram uma influência significativa em projetos de pesquisa subsequentes, como evidenciado pelo aumento das redes de coautoria e citações. Isso sugere que as conferências não apenas facilitam a troca de conhecimentos durante o evento, mas também fomentam conexões acadêmicas duradouras que moldam a trajetória da pesquisa além do término da conferência.

As implicações dessa pesquisa são substanciais para os organizadores de conferências, participantes e a comunidade acadêmica em geral. Não podemos, então, negligenciar a serendipidade e difusão do conhecimento. 

23 julho 2023

Setor público e respostas rápidas

Isto é bem interessante:

Eu perguntei recentemente no Twitter 

Quando um problema é sério e "algo deve ser feito", por que as pessoas costumam assumir que devem ser os governos que o fazem?? 

Muitos respostas semelhantes. 

Basicamente, se o setor privado pudesse lidar com isso, eles já o teriam feito. Isto pode ser um argumento contrário a ideia que o governo é lento para tomar uma atitude. Mas uma possível resposta é que talvez o problema esteja no próprio governo, que impede a atuação do setor privado. 

Rir é o melhor remédio

Montagem de um ninho: tempos modernos
 

Três resenhas

A Era da Empatia – De Waal

O livro foi escrito por um professor de psicologia e pesquisador de primatas. Isto explica um pouco o viés da obra em citar estudos sobre macacos, mas o argumento central é bastante forte: a natureza nos ensina que os seres humanos, assim como os animais, são mais empáticos do que alguns queiram difundir. Segue, portanto, uma visão mais otimista sobre a nossa espécie, na linha do livro Factfulness, de Hans Rosling, ou Humanidade, de Rutger Bregman. 

É um livro de um especialista, baseado em pesquisas (quase 60 páginas no final entre notas e referências). A leitura é agradável e De Waal conta vários fatos interessantes, da sua vida ou de outros pesquisadores. 

Gostei muito da tese e da leitura, mas confesso que senti o texto um pouco repetitivo a partir de um determinado ponto. Talvez seja um problema meu, da forma como estava lendo a obra, porém isto me impediu de continuar até o fim do livro. Todavia, penso que pode ser um sinal de que realmente o livro, de cerca de 300 páginas, poderia ser menor. 


Emocional – Leonard Mlodinow

Este seria o terceiro livro que li de Mlodinow. Se o Andar do Bêbado foi um livro cinco estrelas, Subliminar não chegou a tanto. Mas este eu realmente não gostei. Geralmente os livros que gosto têm muitas marcações. Ao final da leitura, percebi que minha versão física estava intacta. Achei um livro um pouco hermético para os não iniciados e fiquei sem muita motivação para saber das histórias domésticas que Mlodinow conta sobre sua família judia. É obvio que o tema é atrativo; afinal, a emoção faz parte de nova vida diária. Mas por algum motivo, entendo que a obra não é cativante. Talvez seja um problema da minha leitura. Quem sabe eu estivesse esperando um texto mais leve, de difusão científica. 


Checklist do Gênio: Dicas Paradoxais Para Testar o Talento Criativo – Dean Simonton

Não gostei do título, pois parece que é uma obra para fazer as pessoas serem mais inteligentes. Creio que o livro tem uma função melhor em tentar explicar as razões que uma pessoa “dá certo” e isto não significa necessariamente que seja uma pessoa “genial”. A obra também não irá ensinar você a ser um gênio. Mas discute quais as razões de existir um Bach e um Caneta Azul da vida. Isto passa pelo QI, pela loucura (ou sanidade), por ser primogênito ou caçula, por se esforçar muito, entre outras coisas. O interessante é que o livro mostra que não há uma receita pronta. Depende da área que você está estudando, do tipo de obra e de um monte de outras coisas. Em cada uma das nove regras, o autor dá o que seria a regra “geral” e mostra que esta regra muitas vezes não funciona. Por exemplo, o caso do QI. Algumas pesquisas mostram que os “gênios” geralmente possuíam um elevado QI, mas esta medição é muito frágil e muitos não fizeram o teste para verificar se a regra é válida. Se você chegou até aqui na sua leitura, minha recomendação é a de que vale a pena comprar o livro. Mas, esqueça o título. 

Mocinho e Bandido na história do escândalo contábil que abalou a Austrália

O problema da PwC na Austrália tem uma história mais antiga do que eu imaginava. Relembrando para quem não leu as postagens anteriores do blog, a empresa de contabilidade e consultoria PwC está sendo acusada de compartilhar informações sigilosas que tinha disponíveis do governo da Austrália e repassar a seus clientes de consultoria. O assunto está sendo manchete na Austrália. Para a PwC, o prejuízo é enorme, já que a empresa vendeu seu negócio de consultoria governamental – que tinha mais de 1600 funcionários e gerava 600 milhões de dólares – por menos de 1 dólar.

Um texto de Richard Holden mostra que a linha do tempo deve retroceder a 2013. Neste momento, o Tesouro da Austrália contratou a PwC para ajudar no processo de criação de regras contra a elisão fiscal, especialmente de empresas de tecnologia. Ou seja, as regras envolviam preços de transferência. Naquele momento, o principal empregado da empresa PwC era Peter Collins. Como é praxe, tanto a empresa quanto os funcionários da PwC assinaram um termo de confidencialidade. De 2013 a 2018, Collins e demais empregados ajudaram o Tesouro. No período, foram três acordos de confidencialidade assinados.

Mas os acordos não impediram Collins de compartilhar as informações confidenciais com outras pessoas da PwC. E estas pessoas usaram as informações para obter novos negócios. Afinal, a PwC tinha o segredo de como escapar das novas regras tributárias. Por coincidência, a PwC obteve 16 contratos com empresas de tecnologia dos Estados Unidos.

Um ponto importante é que neste momento o governo da Austrália era comandado por políticos liberais. Neste caso, a redução do tamanho do setor público era um dos mantras e com ele a terceirização de certas atividades, como a produção de normas.


Em 2016, a Receita Federal da Austrália, cuja sigla é ATO, começou a suspeitar que algo estava errado. Naquele ano, a Receita entrou em contato com as empresas Big Four pedindo que toda correspondência relacionada com seus clientes sobre evasão fiscal fosse encaminhada. A PwC recusou a responder, alegando sigilo profissional. A Receita fez uma solicitação abrangente de e-mails e também pediu ao Tesouro os termos de confidencialidade padrão. E um ano depois, de maneira mais específica, os termos entre o Tesouro e Collins, o funcionário da PwC.

Mesmo diante de tal pedido, parece que o Tesouro da Austrália não desconfiou de Collins e no início de 2018 um novo contrato é assinado. Não se sabe se a Receita comunicou algo nesta solicitação. Mas esta entidade encaminhou o assunto para a Polícia Federal entre 2018 e 2019. A Polícia informou que não recebeu informações suficientes para prosseguir com a investigação. A Receita também encaminhou a questão para uma entidade "obscura", chamada Tax Practitioners Board (TPB), sem informar os detalhes. Se há um herói na história, chegamos nele.


A TPB possui recursos limitados, mas mesmo assim investigou Collins em janeiro de 2021 e, logo a seguir, a PwC em março de 2021. A Receita parece que ficou sentida e passou a não cooperar com a TPB em junho, alegando sigilo. Mas a TPB continuou e utilizou leis que não eram muito conhecidas para obter informação das empresas que a PwC tinha conseguido contrato de prestação de consultoria. Isto realmente foi bastante esperto.

Mais ainda, em uma jogada questionável de uma entidade sem recurso e com pouco poder, a TPB conseguiu acessar os registros da Receita Federal, sem o conhecimento desta, e descobriu detalhes de acordos entre empresas de tecnologia e a Receita. Com tudo isto, a TPB concluiu sua investigação em janeiro de 2023.

Neste ponto, aparece o segundo herói da história. O jornal Australian Financial Review começou a publicar os detalhes através de diversas reportagens. Muitos membros do governo ficaram sabendo do problema pelo jornal. A divulgação implicou a Receita Federal, que aparentemente foi capturada pelas entidades que deveria regular. Também implicou a Polícia Federal, que não levou adiante a investigação, mesmo não tendo todos os detalhes.

Se existe um ditado que afirma que o mundo não é justo, este não parece aplicar à PwC. A empresa de auditoria está sofrendo pesadamente com o escândalo. É bem verdade que já ganhou bastante dinheiro com o governo da Austrália, mas a venda de um negócio que dava uma receita de 600 milhões por menos de um dólar mostra o impacto disso tudo.

Mas se há alguém que merece sofrer, este alguém é a PwC da Austrália. Inicialmente, o escândalo parecia estar restrito a Collins, o ex-consultor da área de tributos. Mas fatos divulgados mostram que o próprio chefe da empresa sabia o que estava ocorrendo. Não somente ele, como mais de sessenta funcionários.

O problema é tão sério que a direção internacional colocou um nome externo ao país para tentar comandar a empresa na Austrália neste momento. A exclusão da empresa de qualquer contrato com o governo já foi tomada e não tem prazo de validade. Um grande incorporador de imóveis decidiu abandonar sua empresa de auditoria atual, a PwC, em razão dos problemas. Vários fundos de pensão excluíram a PwC no futuro próximo de seus negócios. Isto significa que estes investidores exercerão seu poder para impedir que as empresas onde investem de contratar a PwC. Ou seja, a PwC é considerada uma empresa não confiável.

Provavelmente a empresa terá dificuldade de recuperar contratos ou até mesmo manter os existentes. Também há um problema reputacional aqui. Atualmente, o governo da Austrália é trabalhista e o escândalo chega em um grande momento, quando a administração deseja recuperar o pelo do governo,

22 julho 2023

Vantagens da boa previsão


Eis o abstract

We provide the first revealed preference estimates of the benefits of routine weather forecasts. The benefits come from how people use advance information to reduce mortality from heat and cold. Theoretically, more accurate forecasts reduce mortality if and only if mortality risk is convex in forecast errors. We test for such convexity using data on the universe of mortality events and weather forecasts for a twelve-year period in the U.S. Results show that erroneously mild forecasts increase mortality whereas erroneously extreme forecasts do not reduce mortality. Making forecasts 50% more accurate would save 2,200 lives per year. The public would be willing to pay $112 billion to make forecasts 50% more accurate over the remainder of the century, of which $22 billion reflects how forecasts facilitate adaptation to climate change.

Apesar do aumento substancial da qualidade da previsão do tempo, colocar mais fundos públicos nesta atividade pode ser interessante. O texto mostra a quantidade de vidas salvas. Uma reportagem sobre a pesquisa pode ser encontrada aqui

Sobre a qualidade crescente das previsões meteorológicas, vide o livro Sinal e Ruído, de Nate Silver. Um ponto interessante é que a previsão de calor salva mais vidas humanas que a previsão do frio. Isto parece contra-intuitivo. Mas é do texto acima. 

Foto: Angela Compagnone

21 julho 2023

Investigação sobre Empresas de Consultoria na Austrália Abala a Credibilidade do Setor

O Senado da Austrália está investigando o papel das empresas de consultoria no governo do país, após um escândalo envolvendo a PwC, que revelou segredos sobre tributação enquanto prestava consultoria ao governo e compartilhou essas informações com possíveis clientes. Isso causou uma má reputação para a empresa, e agora os políticos australianos querem respostas.


Para tentar restaurar sua imagem, a PwC está adotando uma estratégia transparente, respondendo a todas as perguntas apresentadas pelos senadores de forma detalhada, o que contrasta com outras empresas como Deloitte, EY e KPMG, que foram evasivas em suas respostas.

A PwC divulgou informações importantes, como a remuneração dos sócios e outros detalhes sobre suas operações, na tentativa de reconstruir sua reputação e se adequar ao novo cenário político, onde transparência é exigida.

As outras empresas parecem não ter entendido a mudança na situação política. Durante as audiências, houve confrontos acalorados entre o executivo-chefe da Deloitte Austrália e senadores, quando a empresa se recusou a responder algumas perguntas. A EY também enfrentou problemas, ao não responder diretamente às perguntas ou tentar contorná-las. A Boston Consulting Group e a McKinsey ignoraram a maioria das perguntas e recusaram-se a prestar depoimento, o que criou uma atmosfera de investigação e desconfiança em relação às consultorias.

O editorial do AFR destaca que o véu de sigilo que protegia essas empresas desapareceu, e agora é esperado que enfrentem regulamentações mais rigorosas. A investigação está sendo considerada uma "expedição de caça" por parte dos políticos. Mas independentemente disso, as consultorias e seus relacionamentos com o governo não serão mais os mesmos após esse episódio.

Foto: Sebastian Pociecha. Texto baseado nas notícias do AFR e na sua newsletter

Seguros e Calor


As ondas de calor são uma nova fronteira para a indústria de seguros, que já está lutando para acompanhar os impactos climáticos, como inundações e incêndios florestais. No entanto, os métodos tradicionais do setor para avaliar e precificar riscos não são adequados para cobrir o calor e podem enfrentar os mesmos problemas de acesso e acessibilidade que afetam o mercado de seguros residenciais.

O calor é caro: um estudo realizado por economistas da Dartmouth College no ano passado constatou que as ondas de calor custaram à economia global US$ 16 trilhões desde 1992, na forma de salários perdidos, menor produtividade agrícola e outros impactos. Um estudo separado publicado esta semana por pesquisadores médicos da Universidade de Virginia Commonwealth estimou que as doenças relacionadas ao calor somam US$ 1 bilhão em custos de assistência médica nos EUA a cada ano.

Novas abordagens são cruciais para a adaptação às mudanças climáticas. O seguro agrícola federal no sudoeste dos EUA, por exemplo, está se tornando mais caro para os agricultores devido a perdas relacionadas ao calor, que totalizaram US$ 1,3 bilhão desde 2001, de acordo com pesquisas de Anne Schechinger, uma economista agrícola do Environmental Working Group, uma organização de defesa ambiental. Pagamentos crescentes também elevam os custos para os contribuintes, porque o programa de seguro é fortemente subsidiado. Por enquanto, ele ainda opera com superávit na maioria dos anos, ao contrário do programa federal de seguro contra inundações, que opera com déficit de mais de US$ 1 bilhão por ano. Mas isso pode mudar à medida que as ondas de calor se tornem mais comuns e extremas, disse Schechinger: "As mudanças climáticas estão tornando o programa mais caro de uma maneira insustentável".

Existem algumas maneiras de lidar com esse problema. Uma delas é reduzir gradualmente alguns subsídios, de modo que os agricultores estejam mais diretamente expostos aos custos de cultivo em áreas de alto risco e, assim, mais incentivados a adotar medidas adaptativas, como variedades de sementes resistentes ao calor. Pagamentos de prêmios em excesso durante anos mais amenos também poderiam ser usados para comprar terras em áreas de alto risco de calor, um modelo que tem sido usado com sucesso para eliminar a agricultura em áreas propensas a inundações, disse Schechinger.

Outra possibilidade é alterar a forma como os pagamentos relacionados ao calor são distribuídos, passando do sistema atual em que são baseados em perdas nas colheitas para um sistema de índice de calor em que os pagamentos são feitos sempre que as temperaturas ultrapassam um limite designado. Essa abordagem simplifica o sistema e pode se basear em dados históricos de temperatura e modelagem climática para precificar de forma mais precisa os prêmios para cada fazenda, afirmou Tobias Dalhaus, um economista da Universidade de Wageningen, na Holanda. Em um estudo realizado no ano passado com produtores de trigo e canola na Alemanha, Dalhaus constatou que o seguro contra calor com base em índices reduziu o risco financeiro dos agricultores em 20%.

(Tim McDonnell - Semafor)

Tribunal Penal Internacional

O Estatuto de Roma criou o Tribunal Penal Internacional (TPI) para julgar líderes políticos acusados de crimes internacionais. Atualmente, o TPI é reconhecido por 123 países, principalmente na Europa, Américas, incluindo o Brasil, e África. Os Estados Unidos e a Rússia assinaram, mas não ratificaram o Estatuto. Os EUA citaram razões constitucionais para sua decisão. A relação entre o TPI e a Rússia é tensa devido a mandados de prisão emitidos contra o presidente Putin e a comissária russa dos Direitos da Criança. A Ucrânia também não ratificou o Estatuto. Além disso, países como China, Índia, Indonésia, Arábia Saudita, Irã e Turquia não aderiram ao tratado. O Estatuto de Roma foi fundado após a Segunda Guerra Mundial e define os crimes internacionais de jurisdição do tribunal. Contudo, algumas nações africanas criticam o TPI, alegando que é uma ferramenta neocolonial das potências ocidentais, destacando crimes em regiões pobres do mundo e não perseguindo crimes de guerra de nações mais ricas.

Desde sua criação em 2002, o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu mandados de prisão e intimação para 51 indivíduos acusados de crimes de guerra, crimes contra a humanidade, genocídio e ofensas à administração da justiça. Entre eles, 14 ainda estão em liberdade com mandados pendentes. A maioria das acusações se relaciona a crimes contra a humanidade e crimes de guerra. Cerca de 33 réus foram acusados de crimes contra a humanidade e 31 foram culpados por crimes de guerra. Algumas figuras notáveis ​​incluem Omar Al-Bashir, ex-presidente do Sudão, acusado de genocídio, e Muammar Kaddafi e Joseph Kony, ligados a crimes de guerra na Líbia e Uganda, respectivamente. A maioria dos casos foi focada no continente africano, levantando críticas sobre o TPI como uma ferramenta neocolonial que ignora crimes de nações que ratificaram o Estatuto de Roma.

No mapa a seguir, a relação dos países que já reconheceram o TPI:



Sustentabilidade no setor público

O IPSASB, entidade que trata das normas de sustentabilidade para o setor público, divulgou um documento para consulta pública. O documento tem por objetivo avaliar a demanda dos envolvidos por orientações sobre relatórios de sustentabilidade, bem como o grau de apoio ao envolvimento do IPSASB no processo, as áreas prioritárias para orientação e como isso poderia ser abordado.


O Documento de Consulta propõe que o IPSASB:

Atue como o órgão responsável pela definição de orientações globais específicas para o setor público sobre sustentabilidade, baseando-se em sua experiência, processos e relações globais.

Desenvolva orientações iniciais focadas em requisitos gerais de divulgação de informações relacionadas à sustentabilidade e divulgações relacionadas ao clima.

Aborde o desenvolvimento de orientações em um ritmo acelerado, com potencial para lançar orientações iniciais até o final de 2023.

O apoio e o comprometimento dos envolvidos são essenciais. Esta consulta apresenta o que o IPSASB considera necessário para iniciar o processo agora, bem como os recursos, incluindo compromissos adicionais de financiamento, necessários para fornecer orientações específicas para relatórios de sustentabilidade no setor público de forma oportuna.

Os comentários devem ser enviados até 9 de setembro de 2022 e devem ser apresentados em inglês.

Material educacional sobre o clima

A Fundação IFRS republicou um material educacional para lembrar das exigências dos padrões contábeis IFRS relacionados ao clima nas demonstrações financeiras quando esses efeitos forem relevantes. O material pode ser útil para as empresas, ajudando-as na aplicar as normas contábeis do IFRS.

Clique aqui para ter acesso ao documento em PDF

Copa do Mundo e a Diferença salarial entre homens e mulheres.

Da Bloomberg (tradução via Deepl):

Não há nada que me dê mais nojo do que um homem em uma posição de poder dizendo a uma mulher que o salário que lhe foi prometido é problema de outra pessoa. O presidente da FIFA, Gianni Infantino, é, por definição, a prova A desse tipo de homem. Em junho, a FIFA confirmou que as jogadoras de todas as 32 seleções participantes da Copa do Mundo de Futebol Feminino receberiam, cada uma, um mínimo de US$ 30.000. Matemática simples, certo? Hahaha. Não tão rápido. Ontem - às vésperas dos jogos - Infantino teve a audácia de fazer um esclarecimento bastante importante, dizendo que a FIFA é apenas "uma associação de associações" e que não pode garantir que as jogadoras receberão de fato o pagamento que lhes foi prometido. Ao ser questionado sobre sua postura dissimulada, ele disse aos repórteres que "é um momento para focar no positivo, focar na felicidade, focar na alegria. ... Se alguém ainda não está feliz com alguma coisa, bem, eu sinto muito". Detesto ser o portador de más notícias, Sr. Infantino, mas nenhuma quantidade de platitudes comuns vai fechar a lacuna de US$ 330 milhões que existe entre homens e mulheres que jogam na Copa do Mundo:


O tema da paridade salarial está na cabeça de todos desde que um vídeo inteligente criado por uma empresa de telecomunicações francesa foi parar na Internet no início desta semana. O vídeo começa com uma série de gols impressionantes marcados pela equipe nacional masculina da França. Então, "na metade do vídeo, vem a grande revelação: Você foi enganado pelo FX". Bobby Ghosh explica: "As habilidades foram, na verdade, executadas por membros da equipe feminina francesa, conhecida como Les Bleues, mas a edição inteligente substituiu suas cabeças e troncos pelos dos homens."

Embora a manobra de relações públicas tenha de fato capturado a atenção de muitos, Bobby argumenta que um vídeo menos viral - com jogadoras do time feminino australiano - faz uma observação mais contundente sobre a situação do futebol feminino. Atualmente, as jogadoras de futebol ganham apenas 25 centavos de dólar para cada dólar que os homens ganham, e as Matildas estão desafiando o órgão regulador internacional do esporte a mudar isso. "A FIFA pode e deve dar o exemplo, mergulhando em suas reservas substanciais - US$ 4 bilhões na última contagem - para igualar o prêmio em dinheiro para as Copas do Mundo masculina e feminina", diz Bobby.

A projeção é de que os jogos femininos tenham 2 bilhões de visualizações este ano, quase o dobro da audiência que tiveram em 2019. "Nos EUA, o valor das franquias de futebol profissional feminino aumentou mais de 10 vezes nos últimos anos", diz Adam Minter, o que "deve ser um sinal de boas-vindas para mais investidores, mas eles terão que enfrentar alguns problemas". Uma das principais dificuldades é o tempo de transmissão: As equipes masculinas ainda recebem o crème de la crème dos horários de exibição na TV (pense nas tardes de sábado e domingo - horário nobre do sofá). Em 2019, apenas 5,4% dos noticiários e destaques esportivos televisionados exibiram eventos esportivos femininos. Apesar disso, Adam diz que o impulso ainda está do lado delas, à medida que os fãs se acumulam e o engajamento aumenta o valor das ligas e franquias de esportes femininos. Esperamos que o dinheiro e o tempo de transmissão dedicados a essas talentosas atletas também se acumulem.