O mais bem pago entre os mais bem pagos foi Sundar Pichai, CEO da Alphabet, que recebeu a impressionante quantia de US$ 226 milhões no ano passado, 96% dos quais em ações. Os funcionários da Alphabet são notoriamente bem remunerados - o trabalhador típico da empresa ganhou cerca de US$ 280.000 no ano passado - mas, mesmo nesse contexto, a remuneração de Pichai é surpreendente, sendo mais de 800 vezes superior à média dos funcionários.
Michael Rapino, CEO da Live Nation Entertainment, recebeu um pacote no valor de quase US$ 140 milhões - um fato que provavelmente não o favorecerá junto aos legisladores e aos fãs frustrados de Taylor Swift, que criticaram a empresa de venda de ingressos nos últimos meses. Em outro lugar, os co-CEOs da Netflix ficaram entre os 10 primeiros em termos de remuneração total, mas de maneiras diferentes. Reed Hastings recebeu quase toda a sua remuneração por meio de prêmios em ações - recebendo um salário base de apenas US$ 650.000, consideravelmente menor do que o salário de US$ 20 milhões de Sarandos.
Gratificação atrasada
Os conselhos de administração das empresas adoram encher os pacotes de remuneração dos executivos com prêmios em ações, em vez de salários, porque isso (teoricamente) alinha os incentivos dos acionistas e da alta cúpula. Entretanto, como esses prêmios normalmente são adquiridos ao longo dos anos, a remuneração do CEO que é divulgada tem sido, historicamente, apenas um instantâneo do momento. Isso é algo que a SEC reconheceu, introduzindo pela primeira vez uma nova medida de remuneração de executivos chamada "remuneração efetivamente paga", que leva em conta os ganhos e as perdas do preço das ações. De acordo com essa nova medida, a remuneração de Pichai cairia para apenas US$ 116 milhões, enquanto a de Rapino cairia para US$ 36 milhões.
Dois pontos relevantes na notícia:
a - o alinhamento de objetivos, através da remuneração em ações, fruto da Teoria da Agência (ainda não reconhecida com o Nobel)
b - a mudança na contabilização, da "competência" para o "caixa". O caixa seria mais informativo.
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