Muitas pessoas decidem se mudar para grandes cidades justamente para ter acesso a esse ambiente rico em oportunidades de aprendizado e crescimento profissional. A interação com pessoas de diferentes origens, culturas e áreas de conhecimento é vista como fundamental para o desenvolvimento intelectual e para a formação de redes de contatos.
No entanto, a pandemia de Covid-19 afetou significativamente essa dinâmica. O distanciamento social e as restrições de mobilidade impediram a realização de encontros presenciais, o que afetou especialmente o ambiente acadêmico. As universidades tiveram que se adaptar rapidamente para oferecer aulas e eventos online, o que não substitui completamente o contato pessoal e a interação presencial.
Um estudo publicado recentemente no NBER mostra esta alteração no papel da cidade. Eis uma tradução do resumo:
Uma das principais razões para a existência de cidades são as externalidades criadas quando as pessoas se agrupam em estreita proximidade. Durante Covid, essas interações vieram com os riscos à saúde e as pessoas encontraram outras maneiras de interagir. Documentamos como as cidades mudaram durante Covid e consideramos como a persistência de novas formas de interagir, particularmente o trabalho remoto, moldará o desenvolvimento das cidades no futuro. Primeiro, resumimos evidências mostrando como os preços e atividades residenciais e comerciais se ajustaram a diferentes distâncias dos densos centros das cidades durante e desde a pandemia. Utilizamos um modelo monocêntrico de cidade para demonstrar que dois ajustes associados ao trabalho remoto - tempos de deslocamento reduzidos e aumento da demanda por moradias - geram os padrões observados nos dados. Consideramos então como esses efeitos podem ser ampliados por mudanças nas comodidades urbanas e nas forças de aglomeração, e o que essas forças podem significar para o futuro das cidades.
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