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05 fevereiro 2023

Dona da Ortopé é suspeita de fraude

O Ministério Público de São Paulo abriu uma investigação para apurar suspeitas de fraudes envolvendo a fabricante de calçados Dok, dona das marcas Ortopé e Dijean. A empresa é investigada por suspeitas de crimes como fraude, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Há também outros 17 inquéritos instaurados pela Polícia Civil por acusações de estelionato. Procurada há dias pela reportagem, a empresa e seus advogados não responderam.


O grupo é acusado de usar notas frias, com base em vendas simuladas a grandes varejistas, para levantar dinheiro junto a bancos e fundos de investimentos. As transações falsas teriam gerado uma dívida estimada em R$ 382 milhões, com 90 instituições financeiras.

As notas fiscais simuladas indicavam vendas de R$ 20 milhões à Riachuelo, R$ 14,4 milhões com a Renner e R$ 4 milhões com a Puma. O Estadão/Broadcast teve acesso a e-mails e comunicados internos da C&A, Riachuelo e Renner, nos quais elas afirmam não reconhecer as movimentações. Há suspeita de falsificação do carimbo das varejistas para falsificar as operações.

“As referidas cobranças sequer foram acompanhadas dos números de pedidos de compra referentes às solicitações de fornecimento que seriam objeto de aludidas notas fiscais, tampouco foram encaminhados canhotos idôneos relacionados à efetiva entrega das mercadorias. Foram identificados, apenas, canhotos com carimbos e assinaturas falsos”, informou a C&A, em um comunicado interno que circulou no início de janeiro. (...)

Segundo a acusação, o esquema de fraudes teria origem em contratos simulados com grandes varejistas, ou seja, sem que a venda tivesse sido realizada. A partir deles, o grupo buscava antecipar recursos no mercado, com bancos e fundos de investimentos.

A partir de novembro, os títulos devidos às instituições financeiras começaram a atrasar. “Eles alegavam fornecimento contínuo, então todo mês havia liquidação dos títulos. Em dezembro, começou a surgir a inadimplência. Na sequência, os supostos devedores dos títulos [varejistas] começaram a informar que não tinham nenhuma pendência financeira. Ou seja, os títulos eram frios e não tinha ocorrido venda nenhuma”, afirma o advogado José Luis Dias da Silva, representante do Evolut Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios, que negociava com o Grupo Dok.

Fonte: aqui

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