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05 janeiro 2023

Privatização de aeroportos e receita como medida de desempenho

O que ocorre quando um aeroporto é privatizado? Uma pesquisa, publicada recentemente (via aqui), mostra que a privatização de aeroportos pode ser boa. O trecho a seguir foi extraído da pesquisa. Achei importante que a receita, uma medida contábil, é considerada uma medida de desempenho para o estudo da privatização. O trecho foi traduzido pelo Vivaldi:


Quando os fundos de private equity compram aeroportos dos governos, o número de companhias aéreas e rotas atendidas aumenta, a receita operacional aumenta e a experiência do cliente melhora.

... Em 2020, quase 20% dos aeroportos do mundo haviam sido privatizados. O private equity (PE), geralmente por meio de fundos de infraestrutura dedicados, está desempenhando um papel crescente na privatização, comprando 102 aeroportos de um total de 437 que já foram privatizados.

... Uma métrica chave da eficiência do aeroporto são os passageiros por voo. Quanto mais clientes um aeroporto puder atender com as pistas e portões existentes, mais serviços poderá oferecer e mais ganhos poderá gerar. Quando os fundos de PE compram aeroportos de propriedade do governo, o número de passageiros por voo aumenta em média 20%. Não existe esse aumento quando empresas privadas, que não sejam da PE, adquirem um aeroporto. O tráfego geral de passageiros aumenta sob os dois tipos de propriedade privada, mas o aumento nos aeroportos pertencentes à PE, de 84%, é quatro vezes maior que o dos aeroportos privados não pertencentes à PE. Os volumes de frete e o número de voos, outras medidas de eficiência, mostram um padrão semelhante. Evidências de dados de imagens de satélite indicam que os proprietários de PE aumentam o tamanho do terminal e o número de portões. Essa expansão de capacidade ajuda a permitir que os aumentos de volume e pontos no aeroporto tenham sido restringidos financeiramente sob propriedade anterior.

... As empresas de PE tendem a atrair novas transportadoras de baixo custo para seus aeroportos, o que, por sua vez, pode levar a uma maior concorrência e oferecer aos consumidores melhores serviços e preços mais baixos. No que diz respeito às rotas, os adquirentes de PE aumentam o número de novas rotas, especialmente rotas internacionais, mais do que de outros compradores. Os passageiros internacionais costumam ser os usuários mais lucrativos do aeroporto, especialmente nos países em desenvolvimento.

Uma aquisição de PE também está associada a um declínio nos cancelamentos de voos e a um aumento na probabilidade de receber um prêmio de qualidade. Quando um aeroporto muda de propriedade não-PE privada para PE, suas chances de ganhar um prêmio aumentam 6 pontos percentuais. A chance média de ganhar esse prêmio é de apenas 2%.

As taxas cobradas pelos aeroportos para as companhias aéreas aumentam após as privatizações do aeroporto. Quando o comprador é uma empresa de PE, também há um esforço para desregular os limites do governo nessas taxas. Por exemplo, depois que três aeroportos australianos foram privatizados, em meados da década de 90, os limites máximos de preços que regem as receitas aeroportuárias foram substituídos por um sistema de monitoramento de preços que permite ao governo intervir se taxas ou receitas se tornarem excessivas.

O efeito líquido de uma aquisição de PE é uma duplicação aproximada da receita operacional de um aeroporto, devido principalmente a maiores receitas de companhias aéreas e varejistas no terminal, em vez de redução de custos. As forças motrizes por trás dessas melhorias parecem ser novas estratégias de gerenciamento, que provavelmente incluem maior remuneração para os gerentes, além de investimentos em nova capacidade, além de melhores serviços e tecnologia de passageiros.

Foto: Artur Tumasjan

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