“Há questões de governança que não são necessariamente fraudes. Não ter controles específicos, não ter discussões nas notas explicativas é bastante intrigante do ponto de vista de governança. O fato relevante não menciona quando surgiu a desconfiança do problema, quem está solucionando. Mesmo que não tenha fraude, pode haver problemas de governança relacionados à falta de controles. É possível ter um problema de governança que não é desonestidade.”
Em uma publicação no LinkedIn, Andre Burger ressalta que a Americanas supostamente apresentava uma boa governança, com um Conselho de Administração atuante, Conselho Fiscal, Comitê de Auditoria, Código de Conduta, dentre outros, que não captaram a situação problemática das tais inconsistências contábeis.
Ainda segundo Dias, as normas contábeis dão espaço para que a entidade faça julgamentos, estabeleça políticas e explique as opções feitas nas demonstrações contábeis. As empresas com boa governança “levantam as questões mais relevantes para aquele assunto e discutem nas instâncias de governança adequadas. Isso precisa ser documentado para que as informações não se percam, e devem ser estabelecidos controles para que essas políticas sejam adequadamente implementadas.” Dias acrescenta que a resposta está neste caminho e que, no momento, é necessário descobrir onde houve falha na cadeia de governança da Americanas.
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