Objetivo – Verificar os efeitos da obrigatoriedade da nova norma sobre reconhecimento de receitas na qualidade dos accruals e gerenciamento de resultados em empresas brasileiras abertas listadas na Bolsa
Referencial teórico – Ao exigir maior julgamento e discricionariedade na avaliação das obrigações de desempenho das empresas, a IFRS15 pode fornecer maior espaço para a influência gerencial na qualidade dos lucros.
Metodologia – Foram utilizadas 305 companhias brasileiras com dados anuais, entre 2011 e 2021. Como proxies da qualidade, foram utilizados o modelo de qualidade dos accruals de Dechow e Dichev (2002) e o modelo de gerenciamento de resultados de Pae (2005). Foram estimados dois modelos por meio de regressões quantílicas para verificar se a nova norma possui efeito na qualidade dos lucros.
Resultados – Após adoção da norma, há evidências de redução na qualidade dos accruals, de empresas do setor de tecnologia, bem como aumento no gerenciamento de resultados de modo geral, em especial no setor de produtos industrializados. A partir da pesquisa é possível constatar que há evidências de que a IFRS 15 não trouxe melhorias na qualidade dos lucros em empresas brasileiras abertas.
Implicações práticas e sociais da pesquisa – Em razão do não alcance dos objetivos iniciais esperados pela implantação do IFRS 15 no Brasil, abre-se um sinal para que os normatizadores monitorem a evolução das implicações do uso dessa norma, buscando eventualmente aperfeiçoá-la na busca de alinhar o exercício de julgamento do gestor a práticas que melhorem a qualidade da informação contábil.
Contribuições – Este estudo fornece evidências que um novo padrão contábil resultou em uma redução na qualidade dos lucros reportados, contribuindo na formulação de mecanismos de aperfeiçoamento da aplicação da norma especialmente, nos setores mais afetados.
Como citar:Souza, P. V. S., Gonçalves, R. S., & Silva, C. A. T. (2022). O impacto da IFRS 15 na qualidade dos accruals e no gerenciamento de resultados das empresas brasileiras de capital aberto. Revista Brasileira de Gestão de Negócios, 24(4), p.675-691. https://doi.org/10.7819/rbgn.v24i4.4197
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