Uma pesquisa realizada no Brasil tentou explorar o viés de gênero entre os eleitores e como isto afeta as decisões políticas entre prefeitos.
Durante a pandemia, o então presidente do país relutou em implementar medidas de contenção. Isto jogou para os prefeitos a responsabilidade na resposta da pandemia. A pesquisa tentou mostrar como uma crise sanitária afetou as chances de candidatos a reeleição. Eis um ponto interessante :
Sua análise mostra uma evolução muito diferente no número de mortes na COVID-19 e nas escolhas políticas dos prefeitos em municípios liderados por mulheres, em comparação com os municípios liderados por homens. Nomeadamente, as municipalidades lideradas por mulheres sofreram mais mortes e as prefeituras tiveram menos probabilidade de impor bloqueios comerciais em comparação com suas contrapartes masculinas no início, quando havia maior incerteza sobre o risco representado pela COVID-19.
Em termos práticos, a taxa de mortalidade em municípios dirigidos por mulheres era três vezes maior que os municípios comandados por homens, na primeira onda. E o lockdown imposto por prefeitas ocorreu 33 dias mais tarde. Mas no final do ano, os municípios liderados por mulheres sofreram menos mortes.
Isto inverteu na segunda onda, quando os municípios liderados por mulheres sofreram menos mortes e as cidades impuseram menos restrições. Além do gênero, a escolha também foi afetada pelo fato do prefeito estar concorrendo à reeleição.
Os resultados estão de acordo com a realidade política, onde as prefeitas, sabendo do preconceito de gênero, tinham menor incentivo para impor restrições nos primeiros dias da doença.
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