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25 outubro 2022

Concentração nos conselhos editoriais dos periódicos


Para pensar:

Um dos principais problemas que preocupa um grande número de economistas é a distribuição desigual de recursos econômicos, riqueza e poder (veja as entradas anteriores Rodríguez 2022, Ferreira 2018; Domènech e Sánchez-Cuenca 2022) e, como diz o ditado, "na casa do ferreiro, espeto de pau". Mais de duas décadas atrás Hodgson e Rothman (1999), diante da crescente importância das revistas Top 5 em Economia, se perguntavam se a organização da disciplina econômica era dominada por um pequeno grupo de departamentos. Seus dados, baseados em 30 publicações de revistas consolidadas em economia em 1995, mostraram que membros de conselhos editoriais vieram predominantemente de universidades americanas: 60% de todos os editores obtiveram doutorado em nove instituições americanas, enquanto 40% trabalhavam em 12 instituições americanas. Com uma concentração tão alta de poder em um pequeno grupo de instituições, sua principal preocupação estava na ameaça de que essa situação representasse "o potencial de inovação e mudança": com um pequeno conjunto de instituições dominando a profissão, a variedade de idéias e abordagens necessárias para inovação e mudança estaria em risco.

Fonte: aqui. Foto: Artur Shamsutdinov

Este é um tema que poderia ser pesquisado para o Brasil, nos nossos periódicos de contabilidade. (Quem fizer, a partir desta dica, ou saiba que já foi feito, peço encaminhar a pesquisa para o blog). 

Será que temos esta concentração? Bom, a história da pós-graduação no Brasil pode ajudar um pouco. O tronco de todos os programas brasileiros foi a pós da Universidade de São Paulo. Isto pode forçar a concentração. Mas vários programas usaram de profissionais formados em outras áreas (administração, educação, métodos quantitativos e outros) para formar o seu corpo docente. Isto pode, por outro lado, dar uma pluralidade maior na nossa área, no Brasil. 

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