Da revista época:
A empresa de câmbio de criptomoedas Crypto.com transferiu acidentalmente quase US$ 10,5 milhões (cerca de R$ 54 milhões) para uma mulher australiana. O valor correto seria de US$ 100, mas no momento da transferência a empresa inseriu o número da conta de Thevamanogari Manivel no campo de valor do pagamento. Com isso, a Crypto.com transferiu um total de US$ 10.474.143,00 à cliente.
De acordo com o Business Insider, o julgamento realizado na Suprema Corte de Victoria (Austrália) revelou que a empresa demorou sete meses para perceber o erro, que aconteceu em maio de 2021. O pagamento só foi identificado no final dezembro, quando a empresa passou por uma auditoria.
Ao perceber o acidente, a Crypto.com lançou uma ação legal contra Manivel, já que ela não sinalizou o erro e chegou a gastar parte dos US$ 10,5 milhões.
Em suas movimentações, Manivel enviou US$ 430 mil para a filha em janeiro. Um mês depois, comprou uma casa de US$ 1,35 milhão em Melbourne e transferiu a propriedade para o nome da irmã, Gangadory, que mora na Malásia, conforme foi relatado no julgamento.
A Crypto.com tentou congelar as contas bancárias das irmãs em março, mas não teve sucesso. O julgamento do caso aconteceu na semana passada, com a Corte exigindo que Gangadory pague à Crypto.com US$ 1,35 milhão, venda a casa comprada e pague juros de US$ 27.369,64.
Dois pontos. Primeiro, a relevância da auditoria (e a necessidade de um sistema de controle de boa qualidade). Segundo, o que ocorreu na contabilidade da empresa, que não percebeu a diferença entre o valor nos registros e a quantidade de moedas existentes? Não existiu a reconciliação?
Caso o erro não tenha ocorrido, como poderia ser considerado, na contabilidade da Manivel, o valor em excesso? Há um aumento no ativo e o outro lado seria uma receita (ou ganho). Mas seria um ativo.
E depois, quando o tribunal decide a favor da Crypto?
Foto: Elisa Ventura
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