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15 setembro 2022

Exportação de água

Há alguns anos eu ouvi de um biólogo o termo "exportar água". Refere-se a usar de maneira intensiva a água na produção de algo que será exportado. Nossa agricultura faz isto. Eis que encontro o termo novamente:


"Quando você exporta uma commodity como a soja, o valor da água e da biodiversidade perdidas não está embutido no preço da semente. Por isso, o Brasil é competitivo", disse o pesquisador [Reuber Brandão] em entrevista à BBC News Brasil.

Brandão aponta que boa parte do bioma já está perdido para sempre. Conservar o restante do Cerrado, diz, seria um movimento estratégico mais importante do que manter o país na posição de maior exportador de soja do mundo.

Segundo o Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Cerrado perdeu 4.091,6 km² para o desmatamento entre janeiro e julho deste ano, uma alta de 28,2% em relação ao mesmo período do ano passado.

(...) Reuber Brandão, de 50 anos, conhece o Cerrado desde a infância, quando brincava e consumia as frutas típicas. Depois, estudou a biodiversidade da região até virar professor de manejo de fauna e de áreas silvestres da Universidade de Brasília (UnB), cidade onde nasceu. Ele também é membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN). (...)

Um processo de mensuração adequada pode ajudar aqui. Mas a cobrança do uso da água também seria um incentivo. Haverá argumentos contrários, indicando que isto poderia reduzir a competitividade da produção. 

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