Passei o final de semana corrigindo trabalhos que solicitei aos meus alunos de uma disciplina da graduação. O semestre atípico está encerrando nos próximos dias, mas notei que a qualidade e o aproveitamento foi abaixo do nível anterior à pandemia. Conversando com colegas professores, eles tiveram a mesma sensação com respeito a dificuldade do retorno às aulas presenciais e a dificuldade dos alunos em fazer a adaptação no ensino presencial.
A percepção é que o ensino à distância é, realmente, um ensino de pior qualidade. A dificuldade em avaliar de maneira justa o esforço do aluno é somada a perda de comunicação com os alunos. As telas do Zoom estiveram fechadas e o professor dava sua aula sem saber se a comunicação do conteúdo estava chegando adequadamente ao destino. Outros fatores ajudaram a comprometer esta qualidade do ensino na pandemia. Mas o retorno parece que trouxe um aluno mais desmotivado.
Isto que escrevo é um percepção particular. Então não vale como um parâmetro. Quantificar o efeito da pandemia é muito complicado, pois estamos falando de gerações diferentes de alunos que foram afetadas de forma desigual.
Mas algumas pesquisas que já começam a ser divulgadas mostram que a qualidade do ensino piorou. Isto inclui o Brasil (aqui, por exemplo). Além do aprendizado, as pesquisas também mostram que o bem-estar socioemocional foi afetado.
Baseado em pesquisas passadas, o prejuízo será a longo prazo. Provavelmente a geração que estava atrás de uma câmera de vídeo, pretensamente assistindo uma aula, terá uma marca na sua formação, que poderá refletir no mercado de trabalho no longo prazo.
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