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01 agosto 2022

Educação Financeira no Brasil

 O resumo é bem confuso:

Em 2011, foi realizada a análise de impacto de um programa de educação financeira abrangente para o ensino médio por meio de um RCT (randomized control trial) com 892 escolas em seis estados brasileiros. Usando dados administrativos, este artigo acompanha aproximadamente 16,000 [16 mil] estudantes ao longo dos nove anos seguintes ao programa. Os resultados de curto prazo indicavam que os alunos o [do] grupo tratamento utilizavam crédito caro e atrasavam pagamentos. Entretanto, nos resultados de longo prazo, esses alunos tiveram menor probabilidade que os alunos do grupo de controle de tomar créditos com juros altos e de apresentarem atrasos. Os alunos do grupo tratamento também tiveram maior probabilidade de serem microempreendedores individuais e menor probabilidade de estarem formalmente empregados.

Vejo que o estudo tem dois aspectos interessantes: acompanha a influência da educação financeira com um número relativamente grande de estudantes no longo prazo e encontrou que os programas possuem influência neste longo prazo. As conclusões estão melhores:

Este documento mede os efeitos a longo prazo de um programa de educação financeira de ensino médio no Brasil sobre o comportamento financeiro e os resultados do emprego, utilizando um ensaio de controle aleatório com 892 pessoas escolas secundárias e dados administrativos sobre cerca de 16.000 ex-alunos. Ao contrário da literatura anterior que se concentra em efeitos de curto prazo durante um a dois anos, seguimos os estudantes por até nove anos depois de deixar o ensino médio.
Enquanto algumas literaturas têm colocado a hipótese de que os efeitos a longo prazo do ensino médio estar em declínio ou zero à medida que os estudantes esquecem o que aprenderam, encontramos efeitos duradouros. Na verdade, o o efeito sobre o uso de fontes de crédito caras vai de ser positivo a curto prazo a ser negativo a longo prazo. Isto é, a longo prazo, é menos provável que os estudantes de tratamento usem fontes de crédito que controlam os estudantes, mesmo que o contrário fosse verdade a curto prazo. Da mesma forma, no curto prazo, os estudantes relataram mais empréstimos com atrasos de reembolso do que estudantes de controle, mas encontramos o resultado oposto a longo prazo: os estudantes de tratamento são menos prováveis ter empréstimos com atrasos de reembolso do que controlar os estudantes. Também observamos efeitos de longo prazo nos resultados do mercado de trabalho. Os estudantes são mais propensos a ter microempresas formais e menos propensos a trabalhar como funcionários formais. Estes efeitos podem ser atribuído ao fato de que o programa de educação financeira era abrangente e incluía módulos sobre empreendedorismo. Além disso, o empreendedorismo pode ser uma opção mais desejável do que um emprego formal, em termos de renda, independência ou flexibilidade (Maloney 2004). 

Pareceu forçado a última frase. Chama atenção o fato do gênero ser uma variável relevante (Tabela 1), quando o grupo de controle não seria razoável esperar isto. Idem para o fato de renda do estudante (mesma tabela). 


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