Responsabilidade social corporativa. Esse conceito, aplicado desde 2005, acabou virando o “grande hype” dos últimos três anos em todo o mundo. A sigla ESG, advindo do inglês environmental, social and corporate, trata de um conceito que visa avaliar as atuações de empresas e corporações em prol de ativações sociais, ambientais e corporativas, sempre dentro de regras rígidas de compliance.
Com a chegada da pandemia e, logo em seguida, com a deflagração de uma guerra na Ucrânia, as discussões sobre crises energéticas e impactos ambientais aumentaram. Porém, ainda assim, existem empresas e gestores que ficam reticentes sobre investir em iniciativas de ESG.
De acordo com um estudo divulgado pela consultoria McKinsey Co., (Does ESG really matter — and why? ou "O ESG realmente importa — e por quê?"), os investimentos destinados a ações sustentáveis somam, atualmente, US$ 2,5 trilhões, representando queda de 13% em relação ao dado do fim do primeiro trimestre do ano passado.
Tais dados apontam que há desconfiança, mas que estudar melhor o ESG e aplicar ativações efetivas é um caminho sem volta. De acordo com a Securities and Exchange Commission (SEC), órgão que regula os mercados de capitais americano, mais de 90% das companhias que compõem a bolsa de Nova York e 70% das que estão presentes na bolsa de Londres já divulgam quais são suas ativações e investimentos em ESG. Esse movimento corrobora o quanto os stakeholders, e até mesmo a sociedade, cobra por respaldo das empresas nesse sentido.
No Brasil, um bom exemplo de estudos constantes e aplicações viáveis de ESG, demonstrando que há um caminho interessante para as empresas nacionais, é a Natura. O gigante dos cosméticos aposta em ativações para promover a proteção da Amazônia, defesa dos direitos humanos e economia circular.
Como disse no início deste texto, ainda há uma parcela das empresas que é resistente a tais mudanças. Para ter uma ideia, hoje no Brasil, mais de 40% dos resíduos são destinados de forma incorreta e apenas 3% são reciclados ou reaproveitados. Um dos principais fatores para esse cenário é a dificuldade da indústria de fazer o controle e gestão desses resíduos.
Além disso, muitas dessas empresas apresentam dificuldades com o compliance referente a essa legislação. A boa notícia é que por meio de IA e blockchain, boa parte desse processo consegue ser facilmente solucionado, ajudando no reporte dos principais índices de ESG. Processos manuais e informações descentralizadas também estão entre as principais dores da indústria no Brasil nesse sentido.
Para finalizar, afirmo que nem tudo são más notícias.
Outro recorte interessante que podemos traçar é sobre quais são os setores da indústria que mais têm apostado em plataformas para uma gestão de resíduos eficiente. Segmentos de alto impacto econômico, como os de automóveis, mineração e alimentícia, já são usuários assíduos das práticas de ESG. E, para comemorarmos, temos visto as áreas de alimentação, varejo e moda também amplamente preocupados em entender como podem aplicar tais iniciativas.
Vamos ficar de olho nas novidades e promover, cada vez mais, discussões relevantes sobre ESG e desenvolvimento sustentádos negócios em nosso país
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