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11 julho 2022

Clima e evidenciação


Em um artigo para o The Conversation, a professora Lily Hsueh discute se o projeto da SEC, a comissão de valores mobiliários dos Estados Unidos, para a questão do clima tem chance de sucesso. O ponto questionado por Hsueh é se evidenciação realmente influencia o comportamento das empresas. E esta tem sido a chave dos reguladores neste momento. 

De certa forma, é novamente a ideia de que somente podemos gerenciar o que é mensurado. A posição da professora é que somente isto não é suficiente para resolver o problema. E que as empresas podem atrapalhar, com a manipulação de informações, conhecida como lavagem verde. Para ela, a SEC tem uma oportunidade de reagir aos problemas que já foram detectados. 

Algumas pesquisas (por exemplo aqui) já mostraram que a divulgação pode ajudar na redução da emissão. Usando dados do Carbon Disclosure Project, Hsueh observou cerca de seiscentas empresas com ações na bolsa, entre 2011 e 2016. Ela encontrou que as emissões de carbono por funcionários diminuiu para as empresas de divulgam as informações. Mas os dados são mais sutis, pois o comportamento não foi igualitário. As empresas sem um pressão regulatória, como os setores financeiros, de saúde e voltados para o cliente, não tiveram o mesmo comportamento. Isto tem sido também confirmado em outros estudos, com setores específicos. Além disto, informar não significa praticar. Uma empresa citada pela pesquisadora que exemplifica isto é a WalMart, que vendia produtos descritos como feitos de bambu e ecologicamente corretos, na verdade eram feitos de rayon, que usa produtos químicos tóxicos. 

Para impedir os problemas, seria necessário diretrizes claras sobre o significado de "iniciativa de baixo carbono", a comparação de metas com as emissões históricas, todas auditadas, e a definição clara das métricas, para uma comparação entre as empresas. 

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