A Nature traz um artigo sobre a busca pela origem dos sistemas de numeração. Parece que ainda existem lacunas que estão sendo investigadas. Mas eis um trecho importante:
Overmann analisou dados antropológicos relativos a 33 sociedades de caçadores-coletores contemporâneas em todo o mundo. Ela descobriu que aquelas com sistemas de número simples (um limite superior não muito superior a 'quatro') tinham frequentemente poucos bens materiais, tais como armas, ferramentas ou joias. Aqueles com sistemas elaborados (um limite superior de numeração muito superior a 'quatro') tinham sempre uma gama mais rica de posses. As evidências sugeriram a Overmann que as sociedades poderiam precisar de uma variedade de posses materiais se quisessem desenvolver tais sistemas de numeração.
Isto é relevante. Uma forma de tentar descobrir quando o homem (ou seus ancestrais) começou a contar, os pesquisadores estão buscando várias alternativas. Uma delas é a linguística, através do estudo da origem das palavras numéricas.
O biólogo evolucionista Mark Pagel, da Universidade de Reading, Reino Unido, e seus colegas passaram muitos anos explorando a história das palavras em famílias de idiomas existentes, com a ajuda de ferramentas computacionais que eles desenvolveram inicialmente para estudar a evolução biológica. Essencialmente, as palavras são tratadas como entidades que permanecem estáveis ou são superadas e substituídas à medida que os idiomas se espalham e diversificam. Por exemplo, o inglês 'water' e o alemão 'wasser' estão claramente relacionados, tornando-os cognatos que derivam da mesma palavra antiga - um exemplo de estabilidade. Mas o "mão" em inglês é distinto do espanhol "mano" - evidência de substituição de palavras em algum momento no passado. Ao avaliar com que frequência esses eventos de substituição ocorrem por longos períodos, é possível estimar as taxas de mudança e inferir a idade das palavras.
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