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20 março 2021

NFT é um ativo?

 


Bom, em primeiro lugar é importante entender o que significa NFT. Eis um texto do Estado de S. Paulo sobre o assunto:

(...) NFT, uma tecnologia que promete mudar a percepção de propriedade e comercialização de bens digitais.   

É difícil imaginar como um arquivo, que pode ser replicado infinitas vezes, tenha o status de obra de museus, pois o que caracteriza peças do tipo é a aura de serem únicas. Muitas vezes, o que garante a originalidade dessas obras são certificados de autenticidade. O NFT (sigla para “token não fungível”) funciona da mesma maneira: é um registro de que uma peça é única e tem dono. Ou seja, quem compra uma arte digital via NFT não está levando um arquivo que pode ser submetido com facilidade aos comandos de copiar e colar — está levando um certificado único, que não pode ser substituído.  

Os certificados de NFT usam a estrutura da tecnologia de blockchain, que, assim como acontece com o bitcoin, oferece um registro seguro, transparente e descentralizado. Quando o sistema anota que uma pessoa é dona de um bem digital, é impossível apagar ou duplicar o registro — e todo o histórico de transações envolvendo esse NFT fica disponível. 

Isso não significa que apenas o dono do NFT possa ter acesso ao arquivo JPEG — a obra recordista do Beeple poderá ser reproduzida em infinitos celulares e computadores. Da mesma forma que a Mona Lisa é reproduzida em diferentes formatos, as obras certificadas com NFT podem ganhar cópias. Porém, assim como o museu do Louvre é dono do certificado de autenticidade da obra mais famosa de Leonardo Da Vinci, apenas uma única pessoa é dona do NFT da obra de Beeple.

O conceito de ativo inclui a geração de riqueza, baseado em uma transação que ocorreu no passado. E esta riqueza está sob o controle da entidade. Seria o NFT um ativo? Um adendo:

Para quem planeja entrar nesse mercado com expectativas de lucros nas mais variadas frentes possíveis, os especialistas lembram que o NFT não garante o direito autoral da obra em questão — embora ainda existam muitas questões a serem debatidas na área. A princípio, o NFT é apenas o registro de compra de um item colecionável, como acontece na aquisição de um quadro no mundo físico — a não ser que no contrato esteja especificado algum direito em relação à obra. Olhando para o mundo real: ter uma foto original de Sebastião Salgado não garante ao detentor o direito de vender livros e camisetas com aquela imagem. 

“É um mercado que ainda está em fase de experimentação. Mas há uma boa razão para acreditar que colecionáveis digitais podem valer mais que colecionáveis físicos. Eles são mais líquidos: a venda é mais simples (qualquer um na internet pode participar) e a aquisição é instantânea, sem necessidade de logística”, explica Pakman. Pode parecer loucura, mas o NFT não altera uma premissa básica da arte: a beleza — e o valor — está nos olhos de quem vê. 

A Imagem acima foi vendida em leilão por 69 milhões de dólares. 

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