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26 janeiro 2021

Isabel dos Santos deixa de ser "bilionária"



Um texto bem interessante da Forbes sobre Isabel dos Santos, no passado, a mulher mais rica da África. Sua fortuna chegou a ser estimada em 3,5 bilhões de dólares pela própria Forbes.

Isabel ficou rica por ser filha do ex-presidente de Angola. Usando sua influência, ela "saqueou" um país rico em petróleo.A partir do momento que seu pai deixou o poder, Isabel começou a perder grande parte de sua fortuna.

Com seu pai fora do cargo, seu império é uma sombra do passado, com acusações de corrupção, bens congelados por tribunais em três países diferentes e uma ação judicial reivindicando centenas de milhões de dólares em dívidas não pagas. A Forbes estima que ela não tem acesso e provavelmente não tem chance de recuperar o controle dos recursos congelados que juntos valem cerca de US$ 1,6 bilhão. Por isso, não a considera mais bilionária. A revista retirou Isabel com uma fortuna de US$ 2,2 bilhões em janeiro de 2020, da lista de 2021 pessoas mais ricas da África.

A ex-“princesa” africana não é de forma alguma uma indigente. Ela teria uma casa em uma ilha particular em Dubai, outra residência em Londres e um iate de US$ 35 milhões. Ela provavelmente tem contas bancárias e recursos que a Forbes e as autoridades legais ainda precisam rastrear.

[É bem verdade que parte destes bens geram despesas, não receitas. E isto pode reduzir o patrimônio da angolana]

A empresária usou, durante muitos anos, Portugal como forma de "lavar" o dinheiro obtido no seu país. Com os recursos obtidos, investiu em bancos, televisão e uma empresa de engenharia. Os políticos portugueses, na sua maioria, não questionaram o que estava ocorrendo.

A política [Ana Gomes] levou detalhes da suposta lavagem de dinheiro às autoridades judiciais portuguesas em 2016. Desde então, nenhuma ação foi tomada em resposta.

No início de 2020, Isabel processou Ana por difamação em um tribunal português. Ela discordou do fato de a ex-deputada ter tuitado e ido à TV dizendo que o banco dos Santos era uma máquina de lavar dinheiro. A ex-bilionária perdeu o caso, mas os advogados recorreram da decisão

(...) Dois meses após o seu mandato, ele [novo presidente de Angola] demitiu Isabel como chefe da empresa estatal de petróleo Sonangol, cargo ao qual ela foi nomeada durante o governo de seu em junho de 2016. Mas a maior mudança veio em dezembro de 2019. Como parte de uma investigação de corrupção, o tribunal angolano congelou recursos no país que pertenciam a Isabel e seu marido, incluindo uma participação na empresa de telecomunicações móveis Unitel e em vários bancos. 

E a contabilidade? Empresas da área ajudaram Isabel em aumentar sua fortuna: 

(...) uma enxurrada de detalhes sobre Isabel e seus bens se tornou pública por meio do Luanda Leaks, uma coleção de mais de 700 mil documentos obtidos pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos. (...) O Luanda Leaks também destacou seus viabilizadores: empresas de consultoria e contabilidade como McKinsey e PwC, bem como um grupo de banqueiros e advogados que a ajudaram a transferir sua fortuna para o exterior. Em uma declaração de dezembro de 2020, a PwC disse que quando as alegações vieram à tona, “tomou medidas imediatas para encerrar relacionamentos com as empresas envolvidas” e que alguns funcionários seniores deixaram a empresa ou foram sujeitos a “medidas corretivas.” Um porta-voz da McKinsey disse que Isabel e outras empresas da família não fazem mais parte de sua agenda de clientes. Até o momento, nenhuma das empresas de serviços profissionais foi acusada de qualquer delito. Mesmo assim, no ano passado um regulador português investigou firmas de auditoria que trabalharam com Isabel e constatou que algumas não tomaram medidas para impedir uma possível lavagem de dinheiro.

Imagem: aqui

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