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25 dezembro 2020

Pressão pelo padrão de sustentabilidade

Isto é algo que carece de uma boa explicação. Em tempos de uma grande pandemia, um grupo de entidades voltadas para a produção de normas passaram a dar uma grande atenção para a questão da governança, ambiente e sustentabilidade. Gostaria de tentar entender a razão para este grande interesse, quando a lógica indicaria que estas entidades deveriam estar preocupadas em estabelecer normas para informações neste novo ambiente. Qual a razão? Realmente não consigo encontrar uma justificativa razoável para isto que está ocorrendo agora. Recomendo o texto postado aqui onde tentamos uma explicação. 

A cronologia recente provisória dos acontecimentos é a seguinte. Em maio, durante a conferência do GRI, são definidas diretrizes de relatórios de sustentabilidade que seriam adotados pelas empresas. O assunto começa a fazer parte da agenda de jornais, com poucos artigos críticos sobre o tema. A maioria tece loas ao tema. 

Em setembro constata-se a presença de 50 padrões sobre ESG (ambiente, sustentabilidade e governança). Isto levou a entidade que congrega a profissão contábil, o Ifac, lança um documento denominado Enhancing Corporate Reporting: The Way Forward, ainda em setembro. O IFAC propunha um novo conselho para definição de padrões para um relatório corporativo que tratasse da questão. O IFAC solicita à Fundação IFRS pensar sobre o assunto. 

Também em setembro, cinco entidades (Carbon Disclosure Project, Climate Disclosure Standards Board, Global Reporting Inititative, International Integrated Reporting Council e Sustainability Accounting Standards Board) lançam um declaração conjunto para um alinhamento das normas. A ideia seria criar um conselho para tratar da questão da sustentabilidade. As Big Four lançaram um documento sobre o assunto, o que é realmente mais estranho. E em um mês movimentado, a Fundação IFRS lança uma consulta sobre o tema. (tudo isto aqui)

Esta consulta está recebendo comentários agora, em dezembro. A cinco entidades citadas no parágrafo anterior soltaram, em dezembro, um documento sobre o tema. O IFAC também encaminhou uma carta de comentários no sentido de se criar um sistema global para informações de sustentabilidade, sob liderança da Fundação IFRS. Na visão do IFAC

A profissão de contador, por sua vez, deve desempenhar um papel ativo em ajudar as empresas, economias e sociedades a alcançar um futuro mais sustentável. Acreditamos que a padronização de informações de sustentabilidade de alta qualidade trará uma nova relevância ao nosso trabalho em relatórios e garantias corporativas e promoverá o interesse público. A IFAC está pronta para se envolver com a Fundação IFRS, bem como com nossas organizações membros e outras partes interessadas, para garantir o sucesso desta importante iniciativa.

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