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28 julho 2020

Energia Verde será secundária por muitos anos

É sempre bom ler um artigo que desafia o pensamento típico com bons argumentos. Este é o caso do artigo de Gail Tverberg, no blog Our Finite World (via aqui). Tverberg argumenta que não é possível um mundo futuro baseado na chamada energia “verde” (hidráulica, solar e eólica). São vários os argumentos, mas gostaria de destacar dois deles.

O primeiro é que estas fontes de energia são intermitentes. Ou seja, está disponível quando o sol estiver brilhando ou o vento soprando. Mas muitas aplicações da indústria a intermitência é um problema. Se você quiser usar um elevador, a energia intermitente pode significar que a máquina pararia de funcionar se não existir vento soprando. Isto é válido para uma série de situações, o que faz com que a energia verde tenha uma limitação de uso. Conforme lembra Tverberg, para ser útil, a eletricidade precisa estar disponível quando existir uma demanda por parte dos usuários. A luz solar pode ser uma boa fonte de energia em dias claros, mas não em períodos nublados ou durante o período noturno. Talvez por este motivo, a energia verde é responsável por uma parcela bem reduzida do abastecimento mundial: aproximadamente 10% tem sua origem nos ventos, no sol ou na força dos rios (gráfico). E isto não deve mudar tão cedo.

O segundo aspecto interessa ao leitor do blog. Refere-se ao custo de produção. Para Tverberg, não sabemos efetivamente quando custa produzir a energia verde, uma vez que em muitos locais do mundo há um forte subsídio para este setor. E parte deste recurso é proveniente do petróleo e derivados. Assim, não é possível comparar a energia verde com as fontes predominantes e afirmar, como pretendem alguns, que os custos estão cada vez mais próximo. Na visão do texto, há ainda um grande futuro para as fontes tradicionais de energia.

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