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19 junho 2020

Mercado Narrativo

Certa vez, em conversa com o Pedro, do blog, ele comentava sobre a dificuldade de postar aquilo que todo mundo já tinha lido em algum lugar. Esta é uma frustração que enfrento, especialmente diante de minha promessa de tentar postar pelo menos três tópicos por dia. Como solucionar este problema.

Uma postagem de David Perrel levanta uma questão interessante: o mercado narrativo. Na visão dele - que talvez não seja a mais correta - em lugar de fazer com que a narrativa encontre a realidade, muitas vezes fazemos com que nossa narrativa encontre a demanda dos leitores.

Um exemplo citado por ele: um repórter fez uma entrevista sobre o declínio da educação superior e a substituição pelo ensino online. A pergunta foi: a pandemia irá matar as universidades? Perrel acha que a pergunta não é esta e sim "qual a grande mudança provocada pela educação online?". Basicamente é chute afirmar que a pandemia irá matar as universidades, assim como afirmar que o ensino superior perdeu sentido com a educação online self-service. Como a opinião dele não estava coerente com o "esperado", não foi considerada na versão final da matéria.

Segundo Perrel, as narrativas da mídia tem um feedback em forma de loop. Se uma narrativa capta a atenção do público, mais jornalistas irão escrever sobre ela e mais a narrativa irá captar a atenção pública. Estas narrativas podem mudar ao longo do processo; algumas sairão do foco.

Veja o gráfico a seguir:
Ele mostra o ciclo de notícias em 2019. A questão da fronteira com o México teve popularidade no primeiro trimestre e depois foi esquecida (segundo item do gráfico). Epstein foi notícia no meio do ano e depois foi lembrado esporadicamente. E assim por diante.

Um comentário:

  1. Interessante essa "teoria " sobre uma narrativa construída por vários veículos.
    Será que isto ocorre também no caso de empresas de um mesmo setor ou país?
    Tai um bom tópico para pesquisa.

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