Grandes periódicos são cada vez mais importantes para a
ciência nos dias de hoje. Estes periódicos são caracterizados por serem muito
maiores que um periódico típico, aceitando artigos mesmo que sejam
cientificamente válidos e originais. Três grandes periódicos podem ser citados:
o PLOS One, Scientific Reports e o IEEE Access. Estes três grandes periódicos
publicaram 53 mil artigos por ano, o que representa 2% da produção mundial de
artigos. Além destes, é possível incluir o Nature Communications e eLife como
grandes periódicos.
Existem três formas de financiamento de um periódico. A
primeira é através da assinatura, onde o leitor paga para ler os artigos. Este
é o caso do The Journal of Finance, por exemplo. O segundo formato é o
periódico sem nenhum custo para o leitor ou para o autor. O periódico é subsidiado
e este formato predomina na maioria dos casos no Brasil, na área contábil. A
plataforma de hospedagem é aberta e o trabalho é gratuito (não se paga aos
editores e pareceristas). O terceiro formato é através do pagamento na
publicação ou na submissão. Ou seja, que financia o periódico é o autor. Isto é
conhecido como Article Processing Charges (APCs). Os grandes periódicos usam
este sistema de financiamento. Mas observe que muitos autores repassam este
custo para sua universidade (ou centro de pesquisa).
A figura dos grandes periódicos é relativamente recente.
Alguns deles foram fundados há menos de vinte anos, mas o volume de publicação
obtido por eles – lembrando, algo em torno de 2% da publicação mundial – é substancial.
Algumas editoras tentaram lançar o seu, como é o caso do Heliyon (Elsevier),
SpringerPlus e PeerJ, mas não tiveram o devido sucesso. Mesmo optando por
selecionar trabalhos “originais”, em lugar de trabalhos “importantes”, ainda há
rejeição na submissão, embora não no nível de um periódico especializado de
altíssimo nível (como o The Journal of Finance, onde somente 10% ou menos das
submissões são publicadas).
Periódicos Brasileiros – No Brasil, a facilidade em criar um
periódico fez com que existisse uma grande febre nos últimos anos. Cada
programa de pós-graduação queria ter, orgulhosamente, um periódico para chamar
de seu. Hoje, cada instituição de ensino deseja ter um periódico onde os
trabalhos sejam publicados. A existência de uma listagem de periódicos onde era
“aceitável” a publicação facilitou esta expansão. Mas nos últimos anos, a Capes
dava pista que isto deveria terminar. A entidade do governo federal estava
incentivando as áreas a terem poucos periódicos, mas de elevada qualidade.
Mudanças recentes na entidade pode ter alterado esta política.
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