No início de março, a Organização Mundial de Saúde decretou uma pandemia global. Nos dias seguintes, diversos governadores dos estados adotaram severas restrições para a movimentação das pessoas, incluindo o fechamento da maioria dos estabelecimentos comerciais e industriais. Um ambiente como este significa uma mudança em qualquer perspectiva do que esperamos para o futuro. Algumas estimativas sobre o comportamento da economia fala na maior recessão da economia brasileira. O mundo mudou.
É interessante que diante desta situação no dia 27 de março a Eletrobras tenha realizado uma reunião do seu Conselho de Administração. Em geral, nos dias atuais, quando isto ocorre é para suspender uma assembleia previamente convocada ou tomar medidas para preparar a empresa para os dias atuais. No caso da Eletrobras não foi bem este o caso. A empresa aprovou o "novo Plano Diretor de Negócios e Gestão para o período de 2020 a 2024". Parece temerário, já que é praticamente impossível planejar na atual situação.
Mas não foi bem isto. O documento traz um alerta interessante:
A Companhia esclarece que o PDNG 2020-2024 foi elaborado antes do surto do COVID-19 no Brasil e, portanto, não contempla seus possíveis impactos nos negócios da Companhia, que foram objeto de esclarecimentos de outro Fato Relevante também divulgado ao mercado, nesta data, especificamente sobre este tema.
Faz sentido? É bem verdade que a empresa, em outro documento, faz uma exposição sobre o impacto do Covid concluindo que:
Não obstante o exposto acima, devido ao cenário atípico e de características potencialmente imprevisíveis, não é possível prever com exatidão os cenários que poderão se materializar nos próximos meses nas operações da Companhia. Ainda não estão suficientemente claros os efeitos na economia mundial e, em particular no Brasil, nem por quanto tempo estes efeitos irão perdurar. Além disso, as medidas anticíclicas, sem precedentes, que estão sendo adotadas no mundo todo podem contribuir para a redução dos impactos econômicos da pandemia.
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