Para a contabilidade, dois aspectos interessantes que Gladwell aborda no novo livro. O primeiro é a história de Madoff, um especialista em fundos de investimento que enganou muitos investidores. Gladwell centra a atenção naquele que ele não conseguiu enganar: Harry Markopolos que descobriu que Madoff era uma enganação e sua estratégia de investimento era uma pirâmide. O exemplo é usado pelo autor para destacar que o ser humano tem um pressuposto no julgamento dos desconhecidos: que eles falam a verdade. Assim, Hitler foi verdadeiro quando disse para Chamberlain que não iria fazer a guerra; e Madoff também foi verdadeiro quando disse em uma entrevista que não tinha fraude no seu fundo. Bons casos para destacar sua teoria.
O segundo aspecto interessante para a contabilidade é a parte Transparência. Aqui Gladwell usa Friends, Amanda Knox e um caso de estupro em uma festa universitária. Seu ponto de vista é que muitas informações pode ser sinal de decisões ruins. Isto é contrário ao que a contabilidade pensa e nós exigimos da regulação. Gladwell enfatiza o caso dos juízes que devem decidir quanto um acusado deve pagar de fiança para não ir preso. Os juízes insistem em “olhar nos olhos” dos acusados, antes da decisão. E tudo parece indicar que a transparência das expressão dos atores de Friends é válida para uma série de TV, não para a vida real. Na vida real, a expressão dos acusados pode ser enganosa e levar às decisões ruins. Mais informação é igual a decisão ruim.
Vale a Pena? Gladwell é polêmico nas suas ideias e simplifica demais algumas coisas. Mas é inegável que é um excelente contador de história. Não é o melhor livro dele (ficaria entre Outliers e Blink), mas é um livro fácil de ler.
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