No esforço de adaptar a família à nova vida, Vinicius Claret Vieira Barreto compareceu em 2004 a um evento da escola dos filhos, em Montevidéu, Uruguai. Ao chegar, foi apresentado pelo diretor do colégio a outro brasileiro, também pai de aluno. Sem combinar nada, ambos expressaram surpresa. Era puro fingimento. Já se conheciam havia tempo das mesas de câmbio paralelas do Brasil. Eram doleiros e, depois do escândalo provocado pelo caso Banestado, tiveram de se mudar às pressas para o país vizinho, a fim de continuarem operando sob o manto do paraíso fiscal. Na nova vida, a clandestinidade era um cuidado fundamental.
Embora se incomode um pouco com o apelido, Barreto é Juca Bala, o doleiro que — ao lado do sócio Cláudio Fernando Barboza de Souza, o Tony — operou do Uruguai, durante 13 anos, US$ 1,65 bilhão em contas milionárias de brasileiros. Um deles foi o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, que teria confiado à dupla US$ 100 milhões de sua máquina de fabricar propina. Para agirem tanto tempo impunemente, eles seguiram duas regras primordiais: segredo e confiança. O sistema da dupla operava com uma contabilidade em que até os centavos tinham de bater. Outro cuidado era agir na invisibilidade, quase nunca saindo e jamais recebendo visitantes ou organizando festas em casa no Uruguai.
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Já perceberam que quando se fala de crime organizado a contabilidade sempre é de primeira qualidade?!?!?!?
ResponderExcluirQue teoria explica isso?