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27 junho 2019

Nova moeda do Facebook e cúpula do G-20

Segundo o Valor, além das tensões comerciais, a notícia da pretensão do Facebook de criar uma nova moeda também está esquentando os debates na cúpula do G20, que começou hoje (27/06) no Japão.

Os representantes dos países europeus têm se mostrado preocupados com as implicações de um gigante da internet entrando na área financeira, turbinado pelos milhões de dados de seus utilizadores. Por outro lado. os EUA e o Reino Unido pretendem acompanhar de perto a questão para tratar possíveis riscos, mas sem introduzir regulações que gerem barreiras a inovações no setor financeiro.

A mensagem do G-20, conforme fontes, será a de que está monitorando os desenvolvimentos dessa tendência e pede para o Conselho de Estabilidade Financeira (FSB) tratar do tema e suas implicações. Para o G-20, inovações tecnológicas podem trazer benefícios significativos para o sistema financeiro e para a economia em geral. Mas, mesmo que os ''cripto-ativos'' não representem hoje uma ameaça à estabilidade financeira global, o grupo dirá que está atento aos riscos. Conforme o Banco da Inglaterra (o BC inglês), existem milhares de diferentes tipos de''cripto-ativos'' ou criptomoedas como Bitcoin, Ripple, Litecoin e Ethereum. Cripto significa "oculto" ou "secreto", refletindo a tecnologia segura usada para registrar quem possui o quê e para fazer pagamentos entre seus utilizadores. [...] O Banco Internacional de Compensações (BIS), espécie de banco dos bancos centrais, antecipou um capítulo de seu relatório anual, para sublinhar a importância da entrada de gigantes da tecnologia (big tech) como Facebook, Alibaba, Amazon, Google e Tencent nos serviços financeiros. Para o BIS, isso pode rapidamente estabelecer uma posição dominante nas finanças globais e afetar a concorrência. Existe um claro mal-estar entre reguladores, por questões que vão bem além de riscos financeiros clássicos. Por exemplo, a estabilidade financeira e proteção dos consumidores, como questões novas sobre o acesso dos gigantes da Internet a dados de suas plataformas existentes. Na declaração do G-20, os líderes das maiores economias desenvolvidas e emergentes deverão reafirmar também compromisso com a aplicação dos Padrões Gafi (Grupo de Ação Financeira Internacional) aos ativos virtuais e serviços relacionados para combate à lavagem de dinheiro e combate ao financiamento do terrorismo. Vão apoiar o trabalho do FSB sobre possíveis implicações das tecnologias financeiras descentralizadas e como melhorar o diálogo com um grupo mais amplo de partes interessadas. O grupo vai se comprometer a intensificar esforços para melhorar a resiliência cibernética.

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