Há duas semanas comentamos sobre a Revista da Associação dos Guarda-livros (aqui, aqui e aqui). Infelizmente a leitura da Revista, disponibilizada na Hemeroteca da Biblioteca Nacional, não modifica muito o que já sabemos sobre a história da contabilidade no Brasil. Isto por dois motivos. Em primeiro lugar, a revista teve uma duração relativamente pequena: dois anos ou doze números. Isto corresponde a 96 páginas, já que cada número tinha 8 páginas. O segundo ponto é que o conteúdo das páginas estava muito focado em uma longa discussão sobre a crise de 1864 e a transcrição das assembleias da Associação onde o assunto foi tratado.
Um aspecto importante é que a Revista teve uma duração de dois anos e três meses quando se conta os três números da Revista Mercantil. Em dezembro de 1875, na primeira página do número 12, a revista anuncia que estaria quitando sua dívida com os assinantes. E que a partir de janeiro de 1876 passaria a chamar Revista Mercantil. A ideia seria focar nos assuntos mercantis, deixando o registro das atas da Associação em segundo plano. Nos últimos números de 1875 já era perceptível uma "crise" na revista, com mudanças regulares na tipografia responsável pela impressão e no formato do periódico. A Revista da Associação passou a admitir textos de "humor", poemas e o registro das atas ficaram mais sucintos.
Um aspecto curioso é que em um dos números é revelado o número de assinantes da revista: 22. Mesmo sabendo que o público alfabetizado era reduzido no Brasil daquele período, este número realmente é pequeno. Além disto, parecia que a Revista tinha dificuldade em encontrar textos para serem publicados, já que em diversos números o editor apela para que os profissionais ajudassem também encaminhando artigos.
Em termos de assunto, uma olhada nos 24 números da revista revela pouco assunto contábil. Um ou outro artigo onde algo é comentado.
A figura mostra o último número da revista. Na parte final, a assinatura da diretoria da Associação. É possível perceber que alguns dos colaboradores usuais da revista, como Lucas Faria, já não constava desta relação.
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