A descoberta dos exemplares da Revista da Associação dos Guarda-Livros apresentou uma surpresa e uma decepção. A grande surpresa é que a revista registrou as discussões que ocorreram no ano anterior na associação. Com isto é possível saber um pouco mais de como eram os guarda-livros da época.
A decepção é que a discussão, nos seis primeiros números da revista, estava focada em um fato não contábil: a grande crise de 1864. Muitas páginas do periódico são usadas para apresentar os argumentos dos membros da associação se a crise foi boa ou ruim para economia. Estava esperando discussões sobre métodos contábeis, problemas práticos, questões específicas sobre a profissão e outros assuntos. Mas diversas reuniões foram feitas para discutir uma questão sobre um evento que já tinha passado.
É bem verdade que parte do periódico tem outra destinação. Nos seus primeiros números, a Revista da Associação dos Guarda-Livros tinha uma espécie de editorial, seguido pela transcrição da reunião da associação. Na página 7, um artigo, traduzido, versando sobre “economia política” e também sobre outro assunto de interesse geral. Em um número, psicologia (não o que entendemos sobre esta ciência nos dias de hoje); em outro, a questão do calor do sol. É isto mesmo, o guarda-livro do segundo reinado parece que tinha uma curiosidade além da sua profissão. Na última página, a cotação de alguns produtos, das ações de algumas empresas (existia mercado acionário no Brasil na época!), de navios e outras informações estatísticas. Oito páginas, com periodicidade mensal.
(Em outras postagens irei comentar dos números da revista)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário