O PCAOB é a entidade que acompanha a qualidade do trabalho de auditoria nos Estados Unidos. É uma decorrência do escândalo da Enron. Todo ano, a entidade faz um relatório de inspeção das empresas. Em 2013, o relatório referente a KPMG foi muito ruim, com deficiências em 46% das auditorias da empresa de auditoria; no ano seguinte, o percentual foi um pouco maior, de 54%.
Para tentar resolver este problema de qualidade, alguns executivos da empresa nos Estados Unidos decidiram “contratar” alguns funcionários da entidade de fiscalização. E estes funcionários levaram algumas informações para a KPMG.
O caso foi descoberto e está em julgamento nos Estados Unidos. O fato é que a KPMG (ou melhor, alguns funcionários da KPMG) está sendo acusada de roubar informações secretas. Um agora ex-sócio, David Middendorf, está sendo acusado disto e de pressionar os funcionários contratados a mostrar as informações confidenciais. Isto inclui a cópia de documentos do computador do PCAOB para um disco rígido, manuais internos, formulários de comentários e alvos de inspeção do PCAOB em 2015. Uma das empresas que seria objeto de inspeção seria a Wells Fargo.
Middendorf chegou a lembrar aos funcionários contratados de onde vinha o salário e da necessidade de ser leal à KPMG. Mesmo com depoimentos contrários, Middendorf declara-se inocente da acusação de conspiração e fraude eletrônica. O processo pode conduzir a prisões, de mais de 20 anos, e multas.
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