A educação contábil merece muitas postagens. O assunto é bastante complexo e rico.
Em 1855, um texto foi publicado no O Jornal das Senhoras criticando o ensino no Brasil:
Eis como no Brasil se educa geralmente a mulher de quem deve um dia depender o futuro de uma familia inteira. Tudo superficialidade, nada sciencia.
Esquecia-me citar tambem a ignorancia da contabilidade, que tão indispensavel é a qualquer senhora em qualquer circumstancia da vida; acredita-se que é uma superfluidade, ou cousa impropria de uma senhora (...).
Conforme já postamos aqui, naquela época a contabilidade era ensinada quase que universalmente, para todos os que aprendiam matemática (vide, por exemplo, a postagem anterior). Observe como o artigo deplora o fato de que as mulheres, na metade do século XIX, não sabiam contabilidade.
Cem anos depois, uma estatística mostrava que existiam no Brasil 12.095 diplomados em técnico em contabilidade (Jornal do Comercio, Nanuque, ed 4, p. 1, 1968, "umas & outras", Newton Messias Brito). Só para fins comparativos, a população brasileira era de 70 milhões de habitantes. Mas o técnico era de longe a profissão com maior número de diplomados. Veja a lista:
Filosofia = 5.920
Direito = 3.646
Bachareis = 2.646
Licenciados = 2.973
Medicina = 1.706
Parece pouco? Note que ocorreu uma expansão do ensino nos anos seguintes. Nesta época, algumas cidades começaram a receber escolas técnicas de contabilidade:
Notícia que nos enche de alegria, é que nos anos vindouros, estará em funcionando em nossa cidade uma Escola de contabilidade (Memórias Estudantis, 1964, ed. 3, p. 3. Este era um jornal dos estudantes da cidade de Nanuque).
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