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23 janeiro 2019

CGD, com certeza


“A Caixa. Com Certeza”. Este é o slogan da Caixa Geral de Depósitos (CGD), uma instituição bancária centenária de Portugal. Fundada em 1876 para receber depósito obrigatórios, com o tempo aproximou-se de um banco, com gestão de ativos, crédito imobilizado, participações e outras operações. Ao longo do tempo, a CGD passou por diversas alterações, sempre com o controle do governo de Portugal.

Mas parece que entre os anos de 2000 a 2015 a gestão da CGD não estava muito atenta a gestão de risco. A origem parece ser a compra do capital do BCP.  Um caso curioso, chamado Operação Caravela, era um investimento realizado para encobrir prejuízo e que resultou em mais prejuízo. Outros investimentos danosos estão sendo investigados desde setembro de 2016. As investigações preliminares parece indicar prática de favorecimento para certos agentes econômicos. Os cem maiores empréstimos realizados pela CGD indicam um total de 2,5 bilhões de euros. Vários deles sem garantias ou com garantias frágeis.

Estes empréstimos já resultaram no reconhecimento de perdas, através do teste de imparidade. Mais de 1,4 bilhões de euros já foram registrados e o total pode ser maior.

Nesta confusão, a empresa de auditoria EY fez um relatório preliminar sobre a entidade, com data de dezembro de 2017. O documento mostra que diversos empréstimos foram realizados, mesmo com parecer desfavorável da área técnica. Mais ainda, o relatório mostra que gestores da CGD receberam bônus de desempenho, mesmo com prejuízos. Esta política de remuneração não ajudou muito a instituição.

O relatório da EY foi “divulgado”. Isto suscitou a curiosidade do legislativo português, que queria ter o acesso a auditoria realizada no período de 2000 a 2015. Este acesso foi negado pelo judiciário.

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