Na noite de terça-feira, o Estadão/Broadcast revelou que os atrasos nos pagamentos da dívida com o BNDES por parte de Venezuela, Cuba e Moçambique somam R$ 1,8 bilhão. O balanço financeiro do BNDES no terceiro trimestre, divulgado na tarde desta quarta-feira, mostra que a taxa de inadimplência acima de 90 dias ficou em 2,94%, ante 1,45% no segundo trimestre. Já as provisões para risco de crédito tiveram resultado negativo de R$ 1,6 bilhão no terceiro trimestre, quase a totalidade do R$ 1,681 bilhão negativo de todo o acumulado de janeiro a setembro (1).
O superintendente da Área de Integridade, Controladoria e Gestão de Riscos do BNDES, Carlos Frederico Rangel, disse que o índice de inadimplência aumentou na passagem do segundo para o terceiro trimestre "por conta da deterioração de 'ratings' (notas de risco de crédito) pontuais nesse exercício (o terceiro trimestre)".
Ao ser questionado se os atrasos nas dívidas do financiamento às exportações de bens e serviços impactaram no aumento da taxa de inadimplência e nas provisões do terceiro trimestre, Ramos respondeu: "Impactaram, mas, de novo, o resultado do banco é pouco impactado" (2). Segundo o executivo, as provisões com os atrasos dos países foram compensadas com reversões de outras provisões, pois "créditos que estavam provisionados voltaram" (3).
Ramos se recusou a citar valores provisionados, mas frisou que os empréstimos para países têm garantia do Tesouro Nacional, por meio do Fundo de Garantia às Exportações (FGE) e reforçou a convicção de que, no futuro, as dívidas serão honradas. "Esses países, de forma muito semelhante aos Estados da federação, não quebram (4). Países passam por ciclos econômicos", afirmou o diretor do BNDES
Fonte: aqui
(1) a provisão é uma conta patrimonial. Parece que o texto usou o valor do final do trimestre e comparou com o acumulado.
(2) ele talvez tenha dito que não é relevante.
(3) mas se foi compensado, teve uma influência.
(4) não quebram, mas entram em default. E isto é um problema. Da mesma forma que um estado da federação. Mas isto não é o relevante; o importante é que em ambos os casos, existe perda.
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